A Real Associação da Beira Interior organizou, no dia 15 de março, na Universidade Sénior de Proença-a-Nova, uma palestra subordinada ao tema “Estado Novo e a Escola Primária”.
A palestra, teve como orador Florentino Vicente Beirão e contou com o apoio da Câmara Municipal e a Universidade Sénior de Proença-a-Nova.
Na mesa esteve o orador, o Reitor da Universidade Sénior de Proença-a-Nova, António Manuel Silva e como representante da Real Associação da Beira Interior Luís Duque-Vieira.
Florentino Vicente Beirão iniciou a palestra falando de Oliveira Salazar, “pessoa que se casou com a nação, nunca se quis casar apesar de ter em paralelo uma vida amorosa”.
Salazar fez a escola primária no Vimieiro, concelho de Santa Comba Dão, esteve no Seminário de Viseu durante 10 anos e ao terminar não quis ser ordenado padre.
Fez estudos em Coimbra onde foi professor Universitário, foi ministro das Finanças e por fim presidente do Conselho de Ministros.
Oliveira Salazar ao criar o Estado Novo (II república), mudou radicalmente o país, criando um pensamento próprio de acordo com o modelo da Itália de Mussolini e em parte com o modelo de Hitler na Alemanha Nazi, cortando radicalmente com a I república e impondo um regime de partido único, de cariz repressivo.
Oliveira Salazar encontrou o país parado, com 70% de analfabetos, isto no final dos anos 20 e anos 30 do Século XX.
Com a II Guerra Mundial, na qual recusou tomar partido público, apesar das simpatias pró nazis, no seu final, Salazar ao receber muito ouro da venda do minério volfrâmio e de alimentos para as forças do Eixo e para os Aliados, consegue equilibrar as finanças e assim consegue desenvolver o país fazendo obras públicas nomeadamente escolas em todo o Portugal da Metrópole e do antigo ultramar.
O Estado Novo teve a preocupação, nos anos 40 do Século XX, de melhorar a instrução de alguns portugueses, pois o país estava numa fase de industrialização e precisava de pessoas que soubessem ler, escrever e contar e também de operários especializados pelo que criou as escolas industriais / comerciais.
A escolaridade obrigatória era a 3ª classe, em 1964 passou a ser a 4ª classe e depois o 6º ano de escolaridade, com a criação das escolas preparatórias.
Oliveira Salazar, criou um método para o ensino público, ao dotar o país do modelo único de ensino para todas as escolas da metrópole e do “ultramar” e criando um livro único.
Nas escolas primárias a representação das mesmas era idêntica em todo o país: o crucifixo, o quadro da escola, o giz, as fotografias do presidente do Conselho de Ministros e do Chefe de Estado, o mapa de Portugal, as cadeiras, a ardósia, o tinteiro, os cadernos e sobretudo o estrado (forma de mostrar a superioridade e autoridade do professor na sala de aula).
Os alunos rezavam e cantavam o hino nacional.
Os professores na altura tinham um vencimento baixo, havia falta de professores para todas as escolas do país, houve necessidade de recorrer a regentes de escolas (tinham apenas a 4ª classe e ganhavam metade do salário de um professor).
Nas escolas as salas de aula tinham as 4 classes a funcionar em simultâneo o que dificultava a tarefa do professor para alcáçar resultados e assim manter o seu posto de trabalho, a situação tornava-se mais complicada para a regente escolar pois não tinha formação pedagógica.
As professoras e regentes tinham que pedir autorização ao Estado para se poderem casar.
Os exames da 3ª classe eram feitos na escola onde o aluno estudava e os exames da 4ª classe eram feitos na sede de Concelho.
Real Associação da Beira Interior promoveu palestra em Proença-a-Nova
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