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O livro de poesia DENUDATA de Gonçalo Salvado apresentado no Porto dia 23

DENUDATA, livro de poesia de Gonçalo Salvado será apresentado por Rosa Alice Branco e Maria João Fernandes a 23 de Novembro (Sexta-feira) de 2018, pelas 17h30, na Cooperativa ÁRVORE   – Cooperativa de Actividades Artísticas, C.R.L. na Rua Azevedo de Albuquerque, nº 1,  Tel. 222 076 010,  na cidade do Porto. 
 O livro editado pela RVJ Editores, está ilustrado com desenhos inéditos  do escultor Francisco Simões e fotografias de Manuel Magalhães, figura cimeira da fotografia em Portugal e recentemente desaparecido.

Maria João Fernandes

A obra conta com um Prefácio do poeta brasileiro Carlos Nejar, recentemente nomeado para o Prémio Nobel da Literatura, e com um texto de abertura da crítica de arte e poeta Maria João Fernandes.
No prefácio de Carlos Nejar pode ler-se:
“A poesia de Gonçalo Salvado, que se singulariza em grandeza na nova poesia portuguesa, com vários livros, agora mais ainda em Denudata, não se volta apenas ao amor como tema, ou busca, ou obsessão, é desnudez da linguagem, sede se despindo em corpo e corpo que se perfaz em alma.  Pois se o corpo é luz, o firmamento sabe ser a perfeição do encontro. Num estado de êxtase, sendo esse mesmo corpo, uva, vinho no lagar dos sentidos.
Há um fulgor terrestre nos poemas, com a travessia da luz, atrás de um caráter de epiderme, pele, plangente tocar da matéria , como  se  o  hálito, entre sopro e ardor, arrastassem ao paraíso. O palpável no impalpável, o tangível no intangível. Transformando, camoneamente,  “o amador na coisa amada”. Não só pelo ato de muito  imaginar, mas bem maior, de ser“.
Rosa Alice Branco

“A mulher na poesia de Gonçalo Salvado representa a maior luz, a maior energia possíveis, mistério capaz de inspirar, como o Sagrado, terror e maravilha. É plenitude do Ser devolvido à sua mágica essência que cintila numa luz total e transfigurante que em si abarca a noite.
 
Mágica essência do feminino, igual à Primavera, a um oceano de estrelas a flores que amanhecem com o sol, igual a Vida, na esplendorosa chuva de metáforas dos poemas. E no entanto esta maior plenitude, este excesso de Vida, síntese alquímica de todos os opostos, não é contínua, ela manifesta-se no instante supremo do amor, onde vida e morte, sensualidade e sacralidade são um só fenómeno da consciência e do corpo. Epifania do corpo, porque para o poeta, tudo passa pela paixão dos sentidos, por uma carnal embriaguez, idêntica à que o vinho provoca.”
Acerca do livro Denudata pronunciou-se muito recentemente (Outubro passado) o reconhecido ensaísta e poeta Fernando Guimarães numa recensão a este livro no “Jornal de Letras”:

“Gonçalo Salvado (…) prossegue uma obra poética onde ganha corpo, uma poesia que incide sobre o tema do amor. Daí um lirismo que, neste livro (Denudata), procura uma concisão que de certo modo se aproxima da claridade de um destino que se diria carnal e que encontra na citação que faz de um poeta espanhol da geração de 27, Pedro Salinas, a sua melhor expressão: “um corpo é o destino de outro corpo”. Essa contenção acompanha todos os poemas (…) espraiando-se (…) por um imaginário que procura de certo modo ir ao encontro do que seria a tradição de um erotismo literário que tanto podia vir da Arte de Amar de Ovídio como (…) do Cântico dos Cânticos”.
Gonçalo Salvado com o escultor Francisco Simões

Por outro lado, o crítico e poeta Pedro Mexia, que Julho passado apresentou, pela primeira vez, Denudata, escreveu acerca da poesia do autor:
“Gonçalo Salvado insere-se na tradição mais rica da poesia portuguesa que é também a mais exigente: a tradição do lirismo amoroso (…) numa fecunda linha de erotismo casto que tem o seu expoente máximo no Cântico dos Cânticos. (…) Este percurso ao mesmo tempo genuinamente vivencial e rigorosamente poético, vive do fulgor que se atinge pela brevidade, pela dispersão e que traduz, sem sentimentalismo meramente retórico, um total empenhamento amoroso”.
Refira-se, que Gonçalo Salvado (n. 1967), é autor de 14 livros de poesia e tem vindo a desenvolver uma poesia sob o signo do amor e do erotismo que lhe mereceu em 2013 o  Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen atribuído pela União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, pelo conjunto da sua obra poética.
 
 
 
 

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