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As razões que a razão desconhece…

Fui surpreendido, há duas ou três semanas com o facto do desaparecimento do número de eleitor.
É verdade caro leitor. No próximo ato eleitoral, as Europeias 2019, a identificação dos cidadãos eleitores passa a ser feita pelo cartão de cidadão ou o velhinho bilhete de identidade e a busca nos respetivos cadernos eleitorais far-se-á por ordem alfabética,
Complica-se um processo que era simples e rápido e vamos ver se este novo método não irá complicar não só a descarga administrativa dos eleitores, nos cadernos eleitorais, como porventura, contribuir para uma ainda maior taxa de abstenção.

José Lagiosa

Para já uma consequência está garantida. A necessidade de os eleitores conferirem os novos locais onde terão de exercer o seu direito e dever de votar. A segunda consequência direta é o facto de casais que votavam no mesmo espaço, passarem a fazê-lo em espaços e locais diferentes, dependendo da letra do abecedário constante no início de cada um dos nomes. Chamaram a isto simplificar.
Uma certeza tenho, se já havia alguma confusão, no processo antiga, agora com esta alteração, a confusão vai ser maior.
Nas grandes cidades, talvez a questão não se coloque de uma forma tão evidente, agora nas zonas menos populosas e do interior a questão pode vir a tornar-se complicada.
Não conheço nenhuma razão que tenha sido avançada para esta alteração, no entanto considero que teria sido muito mais aconselhável a introdução do voto eletrónico, essa sim uma medida que poderia contribuir para a diminuição da abstenção já que permitiria votar em qualquer zona do país onde um qualquer cidadão estivesse temporariamente deslocado, caso dos professores, sem a necessidade de haver a necessidade de viagens de forma a exercer o dever de votar, contribuindo assim para o exercício de um dever de cidadania.
A ou as mentes iluminadas que o assim decidiram terão muito a explicar se, no dia 26 a abstenção aumentar para números até então atingidos, provocando em consequência, um resultado contrário ao desejado.
Aumentar a confiança dos eleitores, fortalecer a cidadania, transmitir a noção de importância da participação cívica, faz-se também com medidas profiláticas de sentido contrário aquela que agora foi tomada.
Oxalá esteja enganado, na análise, que hoje aqui vos trago. Seria, seguramente, o primeiro a reconhecer o quanto estava enganado. Infelizmente não me parece que seja o que acontecerá.

*José Lagiosa, diretor do beiranews.pt

 

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