As eleições para o Parlamento Europeu, em Maio deste ano, vão ter um recorde de partidos a submeter-se a votos, sendo que pelo menos teremos uma coligação em torno do CHEGA de André Ventura.
Este facto representa uma de duas coisas. Ou a democracia portuguesa está viva ou esta reprodução de partidos é fruto de uma fragilidade tremenda dos velhos partidos.

Desde o Aliança, de Pedro Santana Lopes, porventura o mais consistente em termos programáticos e políticos, assumindo-se claramente como liberal, todos os outros são, ideologicamente incaracterísticos.
O Nós Cidadãos, ao convidar o juiz Carlos Alexandre, apresenta-se como uma cópia mal conseguida do fenómeno Moro no Brasil.
O RIR de Tino de Rans, a começar pela própria sigla é um fenómeno caricatural do que os cidadãos esperam de um partido político.
Por sua vez o CHEGA, com uma coligação alargada de movimentos, todos eles com dificuldade em se constituírem como partidos ou por outro ponto de vista, com partidos que não arriscam ir a votos isoladamente, caso do MPT, mostra o quanto difícil é criar novos movimentos partidários sem nomes sonantes e politicamente reconhecidos pelos eleitores.
Há ainda, aqueles que fazem desta coisa dos partidos, uma brincadeira de garotos, com idade para terem juízo, arriscando um resultado miserável, lembram-se dos Açores, sim esse mesmo o PDR.
Dos chamados partidos apelidados de tradicionais, todos reclamam melhores resultados, com acréscimo de deputados europeus eleitos, esquecendo-se que alguns dos novatos podem provocar algumas surpresas e aqui refiro-me quase unicamente ao Aliança, pese embora o contratempo verificado esta semana com o caso Carlos Pinto, ao qual, para já, Pedro Santana Lopes parece ter dado a volta.
Convém aqui referir que aliás, o Aliança e Santana Lopes, têm sabido aproveitar a mediatização verificada com a realização do seu primeiro congresso e mesmo, convém salientar, com o caso do seu vice-presidente, entretanto suspenso das atividades partidárias.
Faltam ainda cerca de uma dúzia de semanas para as eleições europeias.
No entanto parece claro que, se por um lado a vida dos partidos tradicionais parece facilitada, por outro, a entrada em cena dos novos partidos, e aqui uma referência ao PURP que com a calma característica dos seus fundadores e dirigentes, tem sabido fazer um trabalho de casa que a muitos, para já, tem passado despercebido mas que pode trazer frutos positivos e fazer crescer o partido.
Cá estaremos para contribuir para o debate político nas semanas que se avizinham com uma rubrica de opinião, onde daremos palco aos cabeças de lista dos diversos partidos que se apresentarão a votos.
Neste momento temos já seis deles que definiram os candidatos e que já responderam positivamente ao desafio do Beiranews, a saber, PURP com Fernando Loureiro, Aliança com Paulo Sande, PAN com Francisco Guerreiro, Bloco de Esquerda com Marisa Matias, CDS com Nuno Melo e CDU com João Ferreira.
O Nós Cidadãos em princípio participará, faltando confirmar o candidato, assim como o Livre que só no início de Março escolherá o respetivo cabeça de lista.
Sem resposta, por enquanto, ao convite estão, o PDR, o CHEGA, o PSD e o PS.