21.7 C
Castelo Branco
Quinta-feira, Abril 25, 2024
No menu items!
InícioNacionalCentral de Almaraz e redução do caudal do Tejo preocupam a Comissão...

Central de Almaraz e redução do caudal do Tejo preocupam a Comissão de Ambiente

O presidente da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, Pedro Soares, manifestou-se preocupado com a possibilidade de prolongamento do funcionamento da central nuclear de Almaraz para além dos 40 anos e defendeu a renegociação da Convenção da Albufeira do Tejo, de forma a “garantir a estabilidade dos caudais e a qualidade da água que chega a Portugal”.

As declarações do deputado do BE foram feitas a 1 de abril, durante a reunião em Vila Velha de Ródão com pescadores, autarcas e associações ambientais, no âmbito da visita do grupo de deputados aos municípios,  localizados ao longo do Tejo.

Pedro Soares mostrou a sua preocupação com a presença da central nuclear de Almaraz a poucos quilómetros da fronteira portuguesa, particularmente dada a possibilidade do seu prazo de funcionamento ser prolongado.

“Preocupa-nos que as empresas de produção de energia que são proprietárias da central estejam a equacionar prolongar o seu funcionamento, ultrapassando os 40 anos, quando o seu limite de vida era os 30 anos”, referiu o deputado, acrescentando que tal decisão representaria “potenciar os riscos para o Tejo e para esta região do interior”.

Luís Pereira, presidente da Câmara Municipal de V. V. de Ródão e o deputado do BE Pedro Soares

A propósito da qualidade da água do rio Tejo, o presidente da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação lembrou que tem de se ter em conta também aquilo que se passa em Espanha e revelou que a “a Assembleia da República está a trabalhar numa resolução sobre a Convenção da Albufeira, em que se recomenda ao Governo a sua renegociação, uma vez que atualmente não cumpre todos os nossos interesses, nomeadamente ao nível da garantia da estabilidade dos caudais e da qualidade da água que chega a Portugal”.

O presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, aproveitou a ocasião para apelar aos deputados para “olharem para a legislação ambiental e para as permissividades que existem na lei, de forma, a que, as entidades oficiais possam agir quando estamos perante empresas que ignoram a lei, as câmaras municipais e, acima de tudo, ignoram a sua qualidade de vida das pessoas e os seus direitos”.

Em causa, explicou o autarca, está o funcionamento da Centroliva, empresa que, desde 2011, continua a “ignorar as exigências ambientais e a legislação a que está obrigada”, nomeadamente ao nível das emissões atmosféricas.

Sobre o foco de poluição detetado em janeiro de 2018 no rio Tejo, o autarca referiu que a situação melhorou bastante e destacou o investimento que foi feito pela Celtejo para o tratamento dos seus efluentes, com a construção de uma nova estação de  tratamento de efluentes industriais (ETEI), o que permitiu também salvaguardar o funcionamento das queijarias na zona industrial, graças ao estabelecimento de um protocolo que lhes permite encaminhar os seus efluentes para este equipamento e poupar o erário público.

Durante o período de intervenção que lhes foi reservado, as diferentes associações ambientalistas presentes na reunião – como a Quercus, a ProTejo ou a Zero, entre outras –, mostraram ter preocupações semelhantes no respeita ao rio Tejo. A questão da poluição industrial, o perigo da contaminação radioativa devido à proximidade da central de Almaraz, a falta de caudais ecológicos e a necessidade de  renegociar com Espanha a  Convenção da Albufeira foram aspetos referidos pelos diversos representantes destas associações, que deixaram um apelo aos deputados para que seja encontrada resposta para as questões suscitadas.

Também o presidente da Assembleia Municipal de Vila Velha de Ródão, António Carmona Mendes, defendeu que, no que respeita aos caudais, “durante anos temos assistido a uma subalternização total poderes em Portugal em relação a Espanha” e exigiu dos deputados  a resolução dos problemas relacionados com a poluição.

“É difícil viver no interior, mas as pessoas têm o direito de viver no sítio onde nasceram e de ajudar a desenvolver as regiões onde estão inseridas. Peço a vossa sensibilidade para levarem este assunto à casa da democracia e ao Governo, pois nós temos o direito de viver em Vila Velha de Ródão com qualidade de vida”, concluiu.

Leave a Reply

- Advertisment -

Most Popular

COMENTÁRIOS RECENTES

Paula Alexandra Farinha Pedroso on Elias Vaz lança livro sobre lendas e mitos de Monsanto

Discover more from Beiranews

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading