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Palestra em Penha Garcia dedicada a “Dom Gualdim Pais”

A Real Associação da Beira Interior, no dia 30 de Março, organizou uma palestra no Museu São Pedro de Alcântara em Penha Garcia.

O evento teve o apoio da Junta da Freguesia de Penha Garcia.

O tema da palestra foi sobre “Dom Gualdim Pais” e o orador convidado foi o fundador da “Nova Acrópole”, professor, investigador, filósofo e escritor Eduardo Amarante.

Na Mesa esteve o orador, o presidente da Junta de Freguesia de Penha Garcia, Raul Rodrigues Antunes, o secretário da Junta de Freguesia de Penha Garcia, Manuel Morais Serrano, o Comendador da Comenda Templária das Idanhas, Mário Pissarra e o presidente da Juventude Monárquica da Real Associação da Beira Interior, Rui Mateus.

Há 28 anos que Eduardo Amarante não vinha a Penha Garcia.

Esteve em Idanha-a-Velha e Monsanto, mas somente de passagem por Penha Garcia.

824 anos passaram-se desde a morte de Dom Gualdim Pais.

Um dos livros da sua autoria sobre os Templários, fala do Mestre Templário português, livro que foi lançado em Tomar, terra onde faleceu Gualdim Pais e terra fundada pelo mesmo.

Desde muito jovem que Eduardo Amarante visitou Tomar, ficou de imediato fascinado por esta cidade Templária, tendo visitado locais de grande importância como o Convento de Cristo, o castelo e a igrejas.

Dom Gualdim Pais, era natural de Amares, foi Mestre da Ordem do Templo, e, ainda que não haja certezas a esse respeito, é provável que tivesse ascendência borgonhesa e fosse filho de Hugo de Payns (um dos cavaleiros fundadores da Ordem do Templo e Mestre da mesma Ordem).

Pais seria, então, o aportuguesamento da palavra Payns.

No entanto, há autores que defendem que seria filho do barão Paio Ramires.

O Livro de Linhagens, atribuído ao conde D. Pedro, dá-lhe por mãe D. Gontrode Soares, porém a sua autoridade é discutível, tanto mais que são nele constantes as confusões e erros de filiação e consórcios.

Gualdim Pais teria estado no cerco de Gaza e realizado prodígios lendários.

Na Terra Santa ingressou na Ordem do Templo, onde os seus méritos o fizeram ascender aos altos cargos da hierarquia templária.

Inspirado no espírito interno da Ordem e compenetrado da sua dupla missão, material e espiritual, regressou como monge-guerreiro a Portugal, tendo sido nomeado comendador em Braga e depois em Sintra, sob o mestrado de D. Pedro Arnaldo. Quando este renunciou, em 1157, Gualdim Pais tornou-se mestre da Ordem do Templo em Portugal.

D. Afonso Henriques tinha um profundo apreço pelo Mestre da Ordem e não foi por mero acaso que nesse mesmo ano de 1157 fez doação de muitos bens a Gualdim Pais, passando no ano seguinte a carta de imunidade para a Ordem do Templo.

Após a tomada de Santarém e como recompensa pelos serviços prestados na conquista do território aos mouros, D. Afonso Henriques doou aos templários o castelo e terras de Ceras (próximo de Tomar), em 1159, a que se juntaram um pouco mais tarde os castelos de Almourol e Pombal.

Assim, entre as vastas terras que possuía conta-se Ceras, junto à antiga Nabância, com todo o seu vasto termo, desde o Mondego ao Tejo, correndo pela linha do Zêzere.

Como o castelo de Ceras, próximo de Tomar, estava arruinado, Gualdim Pais optou pela edificação de uma nova fortaleza em Tomar.

Ali projectou instalar a sede principal da Ordem, até então em Braga.

Foi a 1 de Março de 1160 que Gualdim lançou a primeira pedra para a construção do castelo de Tomar, futura sede da Ordem do Templo em Portugal.

De acordo com as tradições visigóticas, Tomar era um ponto telúrico extremamente forte e a sua região (que se estendia até Alcobaça e Óbidos, passando por Leiria) era assaz propícia às empresas de ordem espiritual (incluindo nesta a investigação), bem como à prosperidade material, graças à fertilidade das suas terras.

Em 1165, D. Afonso Henriques doou aos templários as terras de ldanha e Monsanto, bem como todo o território entre o Elga e o Zêzere, a norte do Tejo.

Deste modo, o castelo de Tomar foi reforçado pelos castelos de Almourol e do Bode.

A cintura defensiva à volta de Tomar foi completada pelos castelos de Pombal, Penela, Castelo Branco, Idanha e Ceras, sem contar com o primeiro castelo templário em Portugal, o de Soure, doado por D. Teresa em 1126.

A fim de suster qualquer ataque por mar foi construído o bastião portuário da Serra d’El-Rei, perto de Óbidos.

O indiscutível poder organizativo de D. Gualdim fez da Ordem do Templo em Portugal uma milícia altamente capaz da missão de defesa, povoamento e conquista que lhe foi destinada nos séculos XII e XIII.

Até 1184, Gualdim Pais esteve empenhado em muitas e vitoriosas conquistas.

Na Primavera de 1190, o imperador de Marrocos, Yacub, conseguindo franquear o Tejo, precipitou-se com um exército estimado em 100.000 combatentes sobre a sede da Ordem dos templários, por estes defendida heroicamente.

A Ordem do Templo foi posta à prova na defesa de Tomar.

Foi este um dos factos de maior vulto na história da Ordem em Portugal.

Não há opinião unânime sobre a ordem cronológica dos Mestres da Ordem do Templo em Portugal.

Há autores que referem que Gualdim Pais foi o quarto.

Para A. Quadros, ele foi, em 1158, o sexto.

Os portugueses dos séculos XII, XIII, XIV, XV, XVI e XVII não tinham o pensamento racional das pessoas do século XXI, pensamento que também está muito ligado à parte material e ao querer fazer tudo de imediato.

Esses homens de outrora moviam-se por uma Fé na esfera espiritual e não material.

Hoje em dia é difícil encontrar pessoas para o trabalho artesanal; perdeu-se o conhecimento das coisas simples.

Nos Descobrimentos faziam uma fortaleza entre 2 a 3 meses, pois estava tudo muito bem organizado e essas construções eram feitas de pedra, para durarem no tempo e, o que é um facto, é que ainda perduram nos nossos dias. 

Não havia a tecnologia que hoje existe, mas os trabalhos eram realizados.

A construção de Portugal, obedece a um plano de São Bernardo, da Ordem de Cister. São Bernardo fundou o Mosteiro de Alcobaça, que, em termos concretos, terá sido a primeira Universidade criada neste novo Reino de Portugal.

A construção de Portugal também tem a acção importante da família dos duques de Borgonha.

Dom Afonso Henriques, sendo parente de Hugues de Payns, também foi cavaleiro da Ordem Templária desde 1129, facto comprovado por dois documentos revelados pelo célebre historiador Henrique Schaefer.

A Ordem dos Templários procurava o caminho do conhecimento ecléctico, sem dogmas; por isso, secretamente tinha documentos não autorizados pela Igreja de Roma.

Os Templários tinham reuniões públicas e internas, daí as duas facetas, exotérica e esotérica, da Ordem.

Nas igrejas templárias estava patente a ligação do macrocosmos com o microcosmos, facto esse que podemos verificar na geografia e geometria sagrada da Igreja de Santa Maria do Olival., igreja matriz de todas as igrejas portuguesas espalhados pelo mundo na época dos Descobrimentos.

Gualdim Pais, faleceu em 1195, 10 anos após a morte do primeiro Monarca de Portugal.

Havia sido dado o título de “dom” por meritocracia em 1186.

No final da palestra, o orador, apela à reflexão sobre a existência e a presença cada vez mais forte dos Templários em Portugal. a ideia mantêm-se há 900 anos – 1118 ano da fundação da Ordem dos Templários.

Na prática, em Portugal, a Ordem dos Templários não foi extinta em 1312, pois os Templários sobreviveram na Ordem de Cristo, fundada em 1319.

Os Templários continuam vivos, pois falta cumprir a Terceira Missão – o V Império – sob a égide do Espírito Santo.

Duas missões foram cumpridas – a Reconquista Cristã com a fundação do Reino de Portugal e os Descobrimentos.

Portugal irá ter novamente um papel importante na história do mundo.

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