O Queijo de ovelha amanteigado da Queijaria Monte da Vinha foi distinguido com uma medalha de ouro no maior concurso mundial da especialidade, entre 3804 queijos, de 42 países
O queijo de ovelha amanteigado da Queijaria Monte da Vinha, no Vimieiro (Alentejo), de 70 gramas, foi distinguido com a categoria de ouro nos WorldCheeseAwards, que decorreram em Bérgamo, Itália, no passado fim-de-semana.
Este produto 100% artesanal- constituído apenas por leite cru de ovelha, sal e cardo– foi eleito em sistema de prova cega, entre 3804 queijos de 42 países de seis continentes, tendo sido o único queijo português distinguido, entre outros portugueses a concurso.
Um júri composto por mais de 300 membros – entre especialistas, ‘experts’ e críticos gastronómicos – provou quase 4000 queijos em dois dias, concentrados em 84 mesas.
“Quando percebi que o meu queijo era o único com a distinção “Gold” na mesa, fiquei muito emocionada”, confessa Joana Garcia, a fundadora desta queijaria com uma equipa 100% feminina, que lidera desde 2004.
Para a ex-advogada, que mudou de vida há 15 anos, o segredo dos seus queijos de ovelha reside essencialmente na paixão e no respeito pelo produto.
Este é extremamente puro, sem qualquer aditivo.
A matéria-prima, o leite cru de ovelha, tem de ser de primeiríssima qualidade e utilizamos cardo, um coagulante vegetal.
A cura é outro elemento fundamental.
As câmaras de maturação dos queijos têm condições de humidade, ventilação e temperatura ideais, que tentam replicar as condições ideais na Primavera.
É por isso que podemos encontrar estes queijos artesanais na Classe executiva da TAP, e em restaurantes de renome como a Tasca da Esquina, do chef Vítor Sobral, Tapisco, de Henrique Sá Pessoa, o clássico Fialho, em Évora, entre muitos outros.
Atualmente, a Queijaria Monte da Vinha, que está aberta o ano inteiro, produz cerca de 6000 queijos por semana, exportando cerca de 20% da sua produção.
Sobre a Queijaria Monte da Vinha
Em 2004, Joana Garcia deixou de estar satisfeita com a profissão de advogada e decidiu dar uma volta à sua vida.
Foi o pai, natural do Vimieiro, “terra de queijeiros”, quem lhe deu a dica: por que não aproveitar o facto de o irmão de Joana estar a vender leite de 500 ovelhas para se lançar… a fazer queijo?
Sem qualquer experiência no assunto, Joana investiu dez meses da sua vida a meter a mão na massa e a experimentar – e a deitar muito leite e queijo fora, antes de conseguir atingir a sua meta: diferenciar-se. Fazer queijos de dimensões menores (125g e 70g) e de pasta muito amanteigada foram duas das suas características identificadoras.
Com a equipa de 7 mulheres, produz queijos amanteigados, de meia cura e de pasta dura.
Mas é provavelmente o seu queijo amanteigado de ovelha o mais único de todos.
“Não se encontramqueijos amanteigados de ovelha tão pequenos no mundo”, afirma.
É esse saber português, certificado como artesanal, que agora obtém mais um reconhecimento internacional.