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Gonçalo Salvado publica novo livro de poesia sob o signo do amor e da cerejeira homenageia bailarina Carolina Gil

Com o título O Que a Primavera Faz Com as Cerejeiras acaba de ser publicado, já disponível para venda, o novo livro de poesia de Gonçalo Salvado, uma edição da Lumene da Livraria Sá da Costa Editora, de Lisboa, em parceria com a Quinta dos Termos e com a colaboração da Fundação José Rodrigues.

O livro é ilustrado com desenhos do escultor José Rodrigues, alusivos ao fruto da cerejeira e inclui um texto de abertura de Maria João Fernandes.

Insere-se numa coleção de poesia, única no panorama editorial português, dirigida por Gonçalo Salvado, cujas obras surjem em original formato livro/garrafa, uma conjugação que pretende efectivar materialmente a relação simbólica e milenar entre o vinho e a palavra poética e inaugurar um novo conceito de difusão da poesia.

O novo livro de Gonçalo Salvado, cujo título reproduz um dos versos mais célebres do poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973): “Quero fazer contigo/ o que a Primavera faz com as cerejeiras”, reúne poemas curtos do autor, à semelhança dos haikais japoneses, alusivos à flor e ao fruto da cerejeira no contexto amoroso e erótico, em sua maioria inéditos.

Está prevista uma edição da obra, com uma selecção de poemas traduzidos para o Japonês, língua que já acolheu anteriormente os versos do autor.

Lembremos que o fruto da cerejeira, a cereja, é considerado símbolo por excelência de sensualidade, erotismo e sexualidade, pela sua forma sugestiva ecor vermelha intensa.

O livro é dedicado e foi concebido em homenagem a Carolina Gil, jovem bailarina portuguesa, que faleceu vítima de câncer, no início deste ano, tendo esta expressado como último desejo que, após a cremação, as cinzas do seu corpo se viessem a tornar numa cerejeira.

Gonçalo Salvado

Devido à fragilidade e delicadeza associadas à árvore da cerejeira, e à vunerabilidade do sítio onde foram plantadas as cinzas do corpo da bailarina (no parque natural de Sintra, fustigado, não poucas vezes, por ferozes incêndios) os familiares desta optaram antes por uma árvore do carvalho, mais robusta e resistente, para receber as  cinzas de Carolina.

O novo livro de poesia de Gonçalo Salvado, sob o signo do amor e da cerejeira surge, assim, como a materialização simbólica do último desejo de Carolina Gil.

Recorde-se que em 2016, Gonçalo Salvado realizou um recital de poesia amorosa na inauguração da exposição temática sobre o Nu Feminino, “O Poema Do Corpo” do escultor Martins Correia, comissariada pela crítica de arte Maria João Fernandes e que decorreu na Gouxaria (Alcanena).

A leitura dos poemas foi acompanhada por um improviso de dança pela bailarina Carolina Gil sob a orientação de Paula Pinto, ex-primeira bailarina do extinto Ballet Gulbenkian.

O diálogo com o talento da jovem bailarina Carolina Gil marcou indelevelmente Gonçalo Salvado.

Do texto de abertura de Maria João Fernandes citamos:

“Neste livro singular, um pequeno formato na já vasta obra de Gonçalo Salvado, uma vez mais se unem palavra e imagem, os seus poemas e os desenhos de José Rodrigues, num cântico a duas vozes em que é celebrada a única divindade da mulher e do amor sob o signo da cereja. (…)A metáfora funde duas realidades, mas antes já se fundiam na imaginação do poeta, o mundo e a sua alma, feitos uma só alma do mundo.(…) Quando este processo atinge, como neste livro a sua mestria maior, essas duas realidades, ao mesmo tempo puras essências da vida, por efeito  do amor, transformam-se num único halo, pura cintilação de uma supra realidade que pelo dom sublime das imagens parece acordar a Vida”.

De lembrar que este é o segundo livro de poesia de Gonçalo Salvado ilustrado com desenhos do escultor José Rodrigues.

Rubá’iyat Poemas Do Amor e Do Vinho 77 poemas para ler e degustar, publicado em 2017, por esta mesma editora e com o mesmo formato, inclui desenhos inéditos do escultor.

Trata-se da primeira antologia poética do autor, inspirada no título homónimo atribuído ao poeta persa Omar Khayyam e reúne poemas alusivos ao vinho no contexto amoroso, tema recorrente na sua poesia. 

Esta antologia constituiu-se na altura o primeiro livro/garrafa editado em Portugal e contará para breve com uma segunda edição.

José Rodrigues que fez do erotismo o núcleo da sua obra, tal com o autor o faz agora, foi também ele sensível a dois dos seus símbolos maiores: o vinho e, igualmente, a cereja, como provam os desenhos que agora se publicam.

De lembrar ainda que não é a primeira vez que esta temática (a flor e o fruto da cerejeira no contexto amoroso) surge na obra de Gonçalo Salvado. 

O poeta é autor, em parceria com Maria João Fernandes, da histórica antologia poética, publicada em 2004 com o apoio da Câmara Municipal do Fundão, Cerejas Poemas de Amor de Autores Portugueses, prefaciada por Eduardo Lourenço e posfaciada por António Ramos Rosa.

Esta antologia, com capa do artista José de Guimarães, tornou-se num verdadeiro ex-líbris da região do Fundão, onde o fruto da cerejeira é emblema por excelência.

A obra foi enaltecida por variadas personalidades e apresentada, na Culturgest, em Lisboa, pela escritora Agustina Bessa- Luís.

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