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Belmonte candidatou “O Criptojudaísmo” às “7 Maravilhas da Cultura Popular”

Belmonte candidatou “O Criptojudaísmo” às “7 Maravilhas da Cultura Popular”, programa que visa promover valores da nossa identidade nacional. 

A Vila possui a comunidade judaica mais antiga da Península Ibérica, que durante séculos manteve ininterruptamente as suas crenças e ritos.

Sobreviveram à Inquisição e aos regimes mais opressores, apresentando-se ao mundo como cristãos enquanto praticavam o judaísmo de forma oculta.

É o chamado CRIPTOJUDAÍSMO.

Esta cultura de séculos, enraizada em Belmonte e aceite num clima de tolerância religiosa, é candidata às 7 Maravilhas da Cultura Popular, na RTP, e o presidente da Câmara Municipal de Belmonte, António Rocha, lança o “desafio para que conheçam esta comunidade, esta história viva e votem no número 760 207 836 para ajudarem a divulgar este património humano, cultural e religioso, num tempo em que se apela a uma sociedade mais tolerante e justa.”

Até meados de Agosto vai decorrer a final regional de Castelo Branco e Belmonte já tem o “padrinho” da Candidatura.

Trata- se do escritor norte-americano, Richard Zimler, conhecido pelos seus romances históricos ligados ao judaísmo.

Richard Zimler nasceu em 1956 em Roslyn Heights, um subúrbio de Nova Iorque, EUA.

Fez um bacharelato em Religião Comparada na Duke University e um mestrado em Jornalismo na Stanford University.

Trabalhou como jornalista durante oito anos, principalmente na região de São Francisco.

Em 1990 foi viver para o Porto, onde lecionou Jornalismo, primeiro na Escola Superior de Jornalismo e depois na Universidade do Porto.

Tem atualmente dupla nacionalidade, americana e portuguesa.

Desde 1996, publicou onze romances.

Uma obra marcada pela cultura judaica, onde pontuam obras de referência da cultura judaica, como “Os dez espelhos de Benjamin Zarco” e “O último cabalista de Lisboa”.

Lançou recentemente “Os anagramas de Varsóvia”.

A sua obra encontra-se traduzida para 23 línguas. 

Para mais informações sobre o autor, visite o site www.zimler.com

Richard Zimler – “Padrinho da Candidatura”
 

Razões da candidatura

Belmonte, terra de tolerância e diferentes credos! Após o édito de expulsão de D. Manuel e o estabelecimento da Inquisição, na Vila continuou a viver uma comunidade judaica em segredo até à sua “descoberta” no início do século XX, mas em total conivência com a restante população.

Estes Filhos de Israel isolados de restantes comunidades e em segredo mantiveram os costumes principais do Judaísmo até ao presente, subsistindo numa comunidade fechada, havendo muitos casamentos entre eles, na qual as mulheres se encarregaram da preservação, manutenção e passagem das tradições, sem sinagoga, com recurso a poucos livros e objectos sagrados, sendo sobretudo através da via oral.

Isto originou que se perdesse o uso do hebraico e muitos dos ritos religiosos, mas a base religiosa do judaísmo foi mantida. Estes judeus são chamados de criptojudeus ou “marranos” numa alusão à proibição ritual de comer carne de porco. Estes continuavam com o hábito de acender uma vela na sexta ao pôr do sol, mas em potes de barro, guardavam o sábado (Shabbat), tinham casamentos e funerais cristãos, mas também os celebravam em casa segundo a sua religião. Mais de 500 anos em contacto com o catolicismo originou também que muitas das suas orações se misturassem, a referência a santos é exemplo dessa mistura.

Desde 1989, altura em que se fundou a Comunidade Judaica de Belmonte que estes se encontram em processo de retorno ao judaísmo primitivo, têm sinagoga, rabino, cemitério, mas séculos de convivência em segredo não se apagam facilmente, em Belmonte ainda se sentem criptojudeus!

Por isso candidatamos a comunidade criptojudaica de Belmonte, porque esta é uma marca intemporal, histórica e identitária de Belmonte, que enfrentaram séculos na perpetuação da sua religião, pelo orgulho de ser judeus.

Em certas povoações de Trás-os-Montes e Beira Interior, comunidades judaicas praticam secretamente a religião «marrânica» convencidas de que seguem o judaísmo na sua forma ortodoxa. Mas é em Belmonte que se situa o centro mais importante do criptojudaísmo actual em Portugal. A comunidade de Belmonte é aquela que conserva mais viva as práticas, usos e costumes da religião judaica, onde os seus membros são mais unidos, e onde mais facilmente se diferenciam da restante.

Não raras vezes Belmonte é chamada a “terra dos judeus”, motivo que enche de orgulho toda uma comunidade. Desde 2005 que em Belmonte existe o Museu Judaico de Belmonte, como forma de homenagear os criptojudeus da Vila, sendo este visitado por visitantes de todo o Mundo.

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