A Covilhã perdeu um dos seus mais notáveis artistas: Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro.
Nascido na Covilhã, pai da conhecida artista “Geninha” (Eugénia) Melo e Castro, foi poeta, ensaísta, crítico e artista plástico, com destacado pioneirismo na Poesia Experimental, na Videopoesia e na Arte Tecnológica.
Formado em Tecnologia Têxtil em Bradford (Inglaterra) e Doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (Brasil), a sua vida, como ele próprio referiu, «deu-se entre o tecido e o texto».
O tecido representava-lhe «qualquer coisa nova e diferente que nasce: o tecido é, por isso, uma metáfora do nascimento».
A poesia e os poetas constituíam «aquilo a que se vai chamando a cultura poética portuguesa, que sempre esteve ligada à liberdade”, mesmo em tempos de Ditadura.
A morte de um artista iluminado, questionador e profundo, criativo e transformador como Ernesto Melo e Castro, só pode ser a metáfora de um renascer, livre e pleno, porque da sua vida e obra ficarão sempre indeléveis memórias.
Na sua Cidade e nos Covilhanenses, inquestionavelmente.
A nota de pesar é subscrita pelo presidente da autarquia, Vítor Pereira.