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Museu do Fundão premiado pelo Ibermuseus

O “Museu Arqueológico Municipal José Monteiro, do Fundão foi a único museu português a ser distinguido na  11ª edição do Prémio Ibermuseus de Educação pelo projeto “Memórias da Travessia”. 

Ibermuseus, organização internacional que gere e articula as políticas públicas museológicas no espaço Ibero-americano, premiou o projecto que a constituição de um registo histórico dos atuais fluxos migratórios transeuropeus que se têm vindo a fixar na Cova da Beira.  

Concorreram 280 projetos oriundos da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Peru, Portugal e Uruguai e foram premiados 20 propostas que abordam temas como património histórico e cultural, a infância, a igualdade de género, as migrações, culturas nativas e as novas tecnologias.

Todos os projetos serão incorporados no “Banco de Boas Práticas” da instituição que atualmente conta com 240 iniciativas modelares e inovadoras nos domínios dos Museus. 

O Projeto, que se encontra já em desenvolvimento, reúne um conjunto de investigadores do município e das Universidades Lusófona- Cátedra Unesco educação, cidadania e diversidade cultural e de Salamanca de diversas áreas do saber.

“Memórias da Travessia”

Para o politólogo Carlos Serrano: “A vitória do projeto ‘Memórias da Travessia’ é um motivo de muita felicidade. Como imigrante, descendente de emigrantes, o tema toca-me pessoalmente. Porém, percebo acima de tudo a importância e urgência de uma iniciativa destas nos tempos que correm. Em período de pandemia, só consigo pensar neste projeto como uma vacina contra uma outra ameaça emergente, e muito perigosa, como prova a história, que é o discurso de ódio, xenofóbico e racista”.

Também a museóloga e pedagoga brasileira Moana Soto considera que “É motivo de orgulho e, como já dito, de alegria, poder desenvolver este projeto. Mais do que pelo reconhecimento e estímulo que recebemos pelo premio Ibermuseus, pela perceção que tenho de poder estar a colaborar para impactar de forma positiva a vida destes refugiados, valorizando as suas memórias, histórias e culturas. Essa é função que vislumbramos ser a principal da Sociomuseologia e da educação: mudar vidas”. 

Para Pedro Salvado, diretor do Museu do Fundão: “Este prémio honra o Fundão, a sua Autarquia e a  exemparidade  como é que este município beirão tem acolhido e tratado o desafio nas migrações na Europa. Este é um trabalho de equipa que confirma aquela extraordinária característica do Fundão ser terra de pensar futuros e de encontro de culturas. Mas este reconhecimento constitui um estímulo e um desafio para todos os Museus da nossa região. Temos de nos unir e actualizar os discursos e  as problemáticas.  A museologia social é o caminho. O projeto combina materialidades, memórias e geografias das migrações de ontem e de hoje que confirmam que, em tudo, somos sempre passagem. A permanência é muito volátil. Um Museu deve também ser uma plataforma-ponte de reflexão continuada sobre o que fomos, o que somos e o poderemos e queremos vir a ser. Os objetos, num Museu de Arqueologia, nunca são estáticos, são sempre matérias de interrogação. Todos os Museus de arqueologia são museus de migrações materiais e espirituais. Os museus são casas das interrogações da contemporaneidade e queremos criar memória aos novos migrantes que se aproximaram e querem enraizar nestas geografias do mundo. O Projeto Memorias da Travessia pretende acima de tudo religar culturas e tempos”. 

Foto de Capa: Mota Veiga, Carlos, Moana Soto, Pedro Salvado , Parte da equipa de investigação

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