Estrelacoop lança alerta aos portugueses
Estamos em plena Época do Alavão, período em que se produzem os melhores queijos nacionais, mas há um que se destaque pelas suas características intrínsecas – o Queijo Serra da Estrela com Denominação de Origem Protegida (DOP).
Num ano normal, por esta altura tanto pastores, como os produtores e queijarias, não tinham mãos a medir com as múltiplas feiras e eventos espalhados pelo país que garantiam vendas significativas.
Mas com a atual crise pandémica, a grande maioria dos pastores, dos produtores de leite e queijo da Serra da Estrela estão a braços com uma crise sem precedentes. Há excesso de produto e matéria-prima resultante do decréscimo de escoamento nos canais de vendas e divulgação.
As preocupações face ao futuro próximo são muitas, mas o presente não pode ficar refém da incerteza.
“Face à redução drástica das vendas das Queijarias nossas associadas, registamos uma quebra superior a 60% e estamos a entrar numa fase crítica da nossa atividade. Caso não seja efetuada uma inflexão agora, durante o mês de dezembro com as vendas do Natal, no limite, todo o circuito associado à produção do Queijo Serra da Estrela DOP pode ser posto em causa”, alerta a Direção da Cooperativa dos Produtores de Queijo da Serra da Estrela (ESTRELACOOP).
Serr sustenta a direção da Associação.
A qualidade do Queijo Serra da Estrela DOP começa na qualidade das pastagens e passa pelo material genético da raça de ovinos a partir da qual se produz este Queijo único – as ovelhas da raça Serra da Estrela ou Churra Mondegueira.
Não se pode produzir este Queijo DOP sem estes ingredientes basilares – leite cru de ovelha serra da estrela, sal e flor de cardo, produzido até 24 horas após a ordenha, um leite puro.
Depois há todo um método de produção artesanal que obedece a todas as regras de rastreamento, monitorização da qualidade e segurança que tornam este produto ímpar.
Na produção de leite para queijo DOP é privilegiado o pastoreio dos animais ao ar livre e na vegetação natural da região demarcada, sendo que a mesma confere características mais ricas e distintivas ao leite e, consequentemente, ao queijo que é produzido.
O acompanhamento do pastor junto do rebanho também exige uma carga laboral superior ao método de produção intensivo: estima-se que o pastoreio em terreno livre de um rebanho com até 200 ovelhas exige uma carga horária de horas de trabalho diário, o equivalente a um trabalhador a tempo inteiro.
Não há folgas, feriados nem férias.
“Este é o momento para, mais do que nunca, dignificar todos aqueles que, diariamente saem ainda de madrugada para o início de um dia longo, sejam nos pastos verdes da Serra da Estrela com os seus rebanhos, seja na Queijaria a tratar de cada um dos queijos com as suas mãos dedicadas”, revela a Direção da Estrelacoop. “Os consumidores têm aqui um papel crucial na compra e, consequentemente, na valorização do que é verdadeiro e endógeno de toda uma região – o Queijo Serra da Estrela com selo DOP. Ao compramos este queijo temos a certeza que esta cadeia de valor composta por pastores, queijeiras/os credenciados e produtores, não se perde e que a qualidade, essa, prevalece. Comprar o que é nosso – o que é tradicional, original, único, saudável para não perdermos a nossa identidade. Sensibilizamos por isso todos os portugueses que não se esqueçam destas gentes e que o Queijo Serra da Estrela DOP seja umas das Estrelas da sua mesa de Natal”.