A deputada socialista Hortense Martins questionou o coordenador da “Task Force” para o Plano de Vacinação Covid 19, relevando que a “enorme experiência de Portugal dá confiança para o grande desafio que enfrenta”.
Durante a audição de Francisco Ramos na comissão de saúde, na Assembleia da República, na passada semana, a vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS recordou a experiência e a qualidade do Plano de Vacinação em Portugal, que permitiu no passado que importantes e nefastas doenças fossem debeladas, sublinhando a enorme experiência dos profissionais de saúde que há muitos anos lidam com estas questões.
“Essa experiência serve de muito para que possamos contar com os profissionais de saúde, com o sistema de saúde e com o SNS e seus profissionais para vencer este desafio que é vacinar para a Covid 19”, afirmou.
Hortense Martins recordou que, como já tinha sido referido pelo Primeiro Ministro Antonio Costa, também a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Lyen, realçou a importância de que o processo de vacinação se inicie em todos os países ao mesmo tempo para que se possa atingir mais consistentemente e rapidamente a chamada imunidade de grupo.
Mas “todos temos de aproveitar para chamar a atenção que tal não leva a que se afaste ou abrande as regras de segurança e de etiqueta respiratória, em temos individuais, para a nossa segurança coletiva”, advertiu a deputada, questionando o coordenador do plano de vacinação sobre quando se poderá prever que, atingindo essa imunidade de grupo e de acordo com o Plano de vacinação, poderá haver “algum alivio nessas regras”.
A Vice-presidente do grupo parlamentar do PS para a área da saúde fez questão de sublinhar a importância desta vacina da Covid 19 ser “universal, facultativa e gratuita”, sendo, por isso, “muito importante a informação e que as dúvidas sejam esclarecidas”.
Nesse sentido, a deputada lembrou um estudo recente que revela refere que 61 por cento dos portugueses estão disponíveis para tomar a vacina, “o que parece ser esperançoso, até porque nesta altura ainda estamos numa fase inicial”.
“Aliás, esse mesmo estudo refere que temos ainda 24 por cento de indecisos, mas é normal quando ainda há tantas duvidas a esclarecer”, afirmou, questionando o responsável sobre “o que está a ser pensado quanto às campanhas de vacinação” e também sobre ” para os profissionais de saúde que recusem esta vacina, assim como trabalhadores de serviços essenciais, uma vez que esta vacina é facultativa”.

Em relação às campanhas de vacinação, Francisco Ramos afirmou que neste processo “a confiança é essencial” pelo que “terá de existir uma clareza e facilidade na comunicação”.
O coordenador do plano de vacinação para a Covid-19 reafirmou ainda o benefício de ser uma vacina facultativa, como acontece com o plano nacional de vacinação, não sendo por isso que existe pouca adesão, “muito pelo contrário”.
“Quem recusar a vacina deve ser respeitado”, afirmou, referindo os relatórios que apontam que menos de 10 por cento da população recusa tomar a vacina, números que considera “animadores”.
“Só 21% dos enfermeiros estarão adstritos a vacinação, pelo que não podemos deixar nos preocupar com a necessidade de organização dos centos de saúde e de continuar a trabalhar para a recuperação da atividade assistencial”, salientou Francisco Ramos, que reiterou a capacidade dos mais de 1200 pontos de vacinação nos centros de saúde para conduzir e gerir a logística da administração de vacinas.
“Temos uma prática de vacinação enorme”, assegurou, lembrando que “o Serviço Nacional de Saúde tem mais de 40 anos de experiência de plano de vacinação”.