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Hospitais do Norte foram mais eficientes durante a primeira fase da pandemia

O estudo conduzido pela Coimbra Business School demonstra que 21 hospitais públicos foram eficientes em Portugal em 2019 e apenas 17 em 2020, oano da Covid-19. A região Norte teve melhores resultados em ambos os anos, demonstrando que “com os mesmos recursos – e até, por vezes, menos –é possível prestar melhores serviços”

Um estudo da Coimbra Business School concluiu que os hospitais do Norte de Portugal foram os mais eficientes nos primeiros meses de combate à pandemia da Covid-19.

A investigação avaliou o impacto do surto de Covid-19 na eficiência de 37 hospitais EPE – Entidade Pública Empresarial, entre janeiro de2019 e novembro2020, recorrendo aos dados disponibilizados pelo Serviço Nacional de Saúde – SNS (ver Relatório em anexo).

O estudo foi apresentado na conferência internacional HSNS Worshop 2021 (hSNS Workshop – 26th February 2021 – Online)no dia 26 de fevereiro.

Os hospitais do Grande Porto são os que apresentam maior capacidade de prestação de serviços e os que tiram melhor partido dos seus recursos.

A generalidade dos hospitais apresentou em 2020 índices negativos de produtividade e de evolução tecnológica face a 2019, evidenciando o impacto maciço que a pandemia teve no seu desempenho.

Carla Henriques e Maria do Castelo Gouveia, ambas professoras na Coimbra Business School e autoras da investigação, serviram-se do número de médicos, enfermeiros e pessoal operacional em cada unidade de saúde, do número de camas, consultas externas, altas e urgências para identificar os fatores que levaram à evolução dos níveis de eficiência de cada hospital.

Os dados apresentados no estudo demonstram que todos os hospitais do país tiveram um aumentode recursos, humanos e logísticos, mas foram os do Norte que melhor souberam aproveitá-los.

“Com a contratação de mais mão-de-obra qualificada, os hospitais do Norte do país conseguiram prestar mais serviços, nomeadamentena condução de consultas externas, urgências e altas hospitalares. Aumentar as altas clínicas nem sempre é equivalente a uma melhor performance. Em alguns hospitais, esta situação pode ter servido apenas para libertar recursos”, afirma Carla Henriques.

Hospital do Algarve em primeiro, Santa Maria e São José nos últimos

No ranking do estudo sobre a eficiência dos hospitais, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, onde se inclui o Hospital de Santa Maria, desceu da 9ª posição em 2019 para a 28ª em 2020, um exemplo claro de perda de eficiência.

Foi, aliás, o hospital que mais desceu no ranking.

Os Centros Hospitalares de Lisboa Ocidental e de Lisboa Central (onde se insere o Hospital de São José) ocupam as últimas posições na tabela, em ambos os anos, precedidos pelo Garcia de Orta, em Almada, e pelo Centro Hospitalar de Setúbal.

O Algarve viu o reconhecimento pela eficiência do seu hospital passar do segundo lugar, em 2019, para o primeiro lugar em 2020.

O tempo de espera dos utentes a aguardar consultas e cirurgias sofreu um grande aumento durante o período do primeiro confinamento, entre março e maio de 2020, quando comparado com o ano anterior, sobretudo nos polos de saúde do Norte (+62%).

Ainda assim,foi essa região que, segundo os resultados da investigação, continuou a demonstrar melhores resultados em 2020.

“Estes resultados demonstraram que com os mesmos recursos e até, por vezes, menos, é possível prestar mais serviços”.

Segundo Maria do Castelo Gouveia, “este paradoxo é especialmente relevante no contexto atual para podermos avaliar o impacto da pandemia Covid-19 na eficiência dos hospitais, o que implicará a consideração dos períodos anteriores e posteriores ao início da pandemia”.

A investigação da Coimbra Business School demonstrou que 21 hospitais públicos foram eficientes em Portugal no ano de 2019, mas apenas 17 atingiram o mesmo estatuto em 2020.

Mesmo assim, “apesar dos impactos da COVID-19, alguns hospitais só se tornaram eficientes em 2020”, esclarece Maria do Castelo Gouveia: foram os casos do Hospital Espírito Santo de Évora e do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/ Vila Conde, que viram aumentar os seus níveis de eficiência durante o ano passado.

Com exceção do Hospital de São João, no Porto, que se classificou em oitavo lugar em 2019 e subiu para o segundo em 2020, e do Hospital de Leiria, que passou do 18º lugar em 2019 para o quinto no ano passado, os restantes cinco primeiros do ranking são os mesmos em ambos os anos.

Os centros hospitalares do Algarve, do Porto e de Coimbra mantiveram-se nas melhores posições sendo que este último “foi a maior surpresa em relação a 2019, uma vez que caiu de primeiro para quarto lugar, o que atesta uma redução das condições para atingir um melhor desempenho deste último hospital na resposta à pandemia”, afirma Maria do Castelo Gouveia.

À exceção do Hospital Espírito Santo de Évora e do Hospital Santa Maria Maior, de Barcelos, a grande generalidade das unidades hospitalares apresentou níveis negativos de produtividade já que, “com o aparecimento da pandemia, a redução das atividades que existiam antes da Covid-19, como consultas externas, não urgentes e ambulatório, provocou uma subutilização de recursos e, consequentemente, o equivalente a um retrocesso tecnológico”, conclui Carla Henriques.

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