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“O Passado e o Presente” na Alma Azul

27 de março, sábado, das 11 às 19 horas, desde Alcains

No próximo sábado, dia 27 de março, assinala-se o Dia Mundial do Teatro, nas condições que todos conhecem.

A Alma Azul propõe a todos os interessados na obra do dramaturgo Vicente Sanches, que nasceu em Alcains, em junho de 1936, no Solar dos Goulões, hoje Centro Cultural e Museu do Canteiro, alguns apontamentos da peça “O Passado e o Presente” que serão partilhados no sábado, a partir das 11 horas, depois às 16 horas e, por último, às 19 horas, através do CDA – Correio Digital da Alma, a todos os Leitores que semanalmente recebem a AGENDA Alma Azul, mas os textos também serão enviados a todos os que através do correio eletrónico: alma.azul.1999@gmail.com manifestarem interesse em receber esta partilha do Dia Mundial do Teatro.

Para além dos textos, haverá, durante todo o dia, informação detalhada e precisa sobre a adaptação ao cinema desta peça, por Manoel Oliveira, em 1971, que trouxe a Castelo Branco o realizador de “Francisca” e “O Vale Abraão” entres muitos outros, para as filmagens.

É o próprio Manoel de Oliveira que o conta desta forma: “A história é simples. A história é do Vicente Sanches. Ele escreveu um livro, e eu tirei a história do livro e arranjei os atores. E arranjei uma casa. A casa era dos pais do autor do livro. Foi a única maneira de arranjar uma casa que prestasse. A casa tinha várias salas que comunicavam, em geral, com duas portas. O que era interessante e, enfim, dava ocasião a usar os lugares. De maneira que estou inocente. A história é do Vicente Sanches.”

Vicente Sanches, ou Professor Pardal, como o conhecem os seus alunos de filosofia do Liceu Nuno Álvares, em Castelo Branco, onde lecionou, é um dos nomes mais importantes do Teatro em Portugal.

Com uma extensa Obra publicada, sempre em edição de autor; embora existam também vários livros nas Edições Cotovia e uma Obra Completa de Vicente Sanches (2013), na Fundação Calouste Gulbenkian.

Há inúmeras histórias sobre a sua postura pouco ortodoxa com que geriu os seus anos de docência, mas também no teatro, quando recusa autorizar, a encenação de alguma das suas peças sem grandes explicações, deixando os encenadores furiosos.

Uma nota final: em 1996, num texto sobre a Biblioteca de José Régio, publicado na Revista A Mar Arte – Outono, são referidas as obras do autor alcainense presentes na Biblioteca, em Vila do Conde, e feita a transcrição das dedicatórias manuscritas que aqui deixamos: “Vicente Sanches dedicava a José Régio o seu livro “O Passado e o Presente” com as seguintes palavras: ofereço ao José Régio esta comédia que eu fiz, 26 de dezembro de 1964.

Quatro anos mais tarde, o mesmo Vicente Sanches escreve na oferta do seu livro “A Situação Definitiva”, a dedicatória mais despeitada de toda a biblioteca: Ao José Régio, que publicou ultimamente um novo livro, mas este deve ter esgotado pelos vistos os exemplares com os outros amigos e com os respeitáveis críticos, e não lhe sobrou nenhum que mandasse ao seu amigo Vicente (Assina: Vicente Sanches, Castelo Branco, fevereiro de 1968)”

Será em redor do universo particular de Vicente Sanches, especialmente o da sua escrita, que a Alma Azul comemorará o Dia Mundial do Teatro, destacando assim uma das figuras mais notáveis da vida cultural do concelho, no mês em que Castelo Branco completa 250 anos como cidade.

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