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O silêncio, fala?

“Quem cala, consente!”

Será que é assim mesmo? O velho ditado assim o diz, como tal deverá de ser de facto verdade. E é?

Rita Baptista Antunes

Bom na realidade, depende sempre do ponto de vista – como sempre – e da necessidade e/ou vontade dos interlocutores.  A maioria das vezes as pessoas fazem-se valer pelas figuras de estilo, na escrita, e pelos ditados populares – de sabedoria milenar, quase – para a sua vivência do dia-a-dia.

Os ditados populares, em muito vivem ainda, por no fundo ser o espelho de alguma verdade, isto porque é a acumulação de experiências de vida, de pessoas simples, que tanto acreditavam no que diziam, como no que experiênciavam como sendo a verdade. Poder-se-á até dizer que tornavam isso como uma crença. Ora vejamos, antigamente, acreditavam que a simples natureza, era movida por Deuses, daí a mitologia toda em volta da História.

Eu não sou daquelas pessoas que acredita muito nos ditados e “dizeres” antigos, no entanto, há um que acho mesmo infalível quase; “abril, águas mil!”. É incrível como, em quase nenhum abril que vivenciei até hoje, ou que me lembre, que não tenha chovido quase torrencialmente, que fiquei quase – mas quase, só – feliz por no confinamento do ano passado, ter estado fechada em casa o mês todo de abril!

Mas chega de mim! Voltemos à pergunta inicial. O silêncio fala? Como em qualquer resposta que um jurista vos dá sobre qualquer matéria jurídica: depende!

O que nos diz a lei, é simples, “o silêncio vale como declaração negocial, quando a lei lhe dê esse valor.” Isto é quase o mesmo que dizer: “Quem cala, nada diz!”. Na minha óptica, é muito mais preciso do que na visão que a comunidade escolhe sempre acreditar.

Comecei no início por dizer, que a interpretação do silêncio, dependia sempre da vontade ou necessidade de cada qual, tanto quem cala, como quem pensa que o outro consente, e qual prevalece? Quem quiserem, na realidade. Juridicamente falando, e analisando o silêncio, este é na prática um vazio, como tal, não significa nada.

Acontece-me com frequência, eu em resposta remeter-me ao silêncio, ou alguém simplesmente não me responder, e poucas são as vezes que sinto que se tenham calado só porque consentiram, mas sim como, ou não há mais nada a dizer, ou simplesmente não apetece continuar numa conversa desnecessária.

O silêncio, muitas vezes, é mais valioso do que mil palavras. O silêncio, deixa espaço para uma interpretação do oponente quanto ao que sente como necessário ser interpretado. O silêncio, quando bem utilizado, é muito valioso. O silêncio não desgasta e raramente nos engana, e é sempre o argumento, inargumentável.

Vale a pena analisarem o silêncio como meio de comunicação. Pensem nisto. Poderão evitar muitas chatices no futuro.

Bom domingo a todos. E até para a semana.

www.aminhamaedeviaserjurista.pt     

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