Ontem destacou o livro como espaço de liberdade
“Ai que prazer / Não cumprir um dever, / Ter um livro para ler / e não o fazer!”.
É com a ironia das palavras de Fernando Pessoa no poema “Liberdade” que a rubrica “Como pão para a boca” celebrou ontem o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.
No 55º episódio desta iniciativa que entrega “poemas quentinhos ao domicílio todas as manhãs”, através das redes sociais, Nuno Garcia Lopes escolhe o emblemático texto pessoano para enfatizar o facto de que o livro continua a ser um dos maiores espaços de liberdade que temos ao nosso dispor, quer pelo conteúdo, quer enquanto objecto portátil de transmissão de conhecimento.
A iniciativa “Como pão para a boca” foi lançada em Fevereiro, para “oferecer um momento de satisfação àqueles que estão privados do acesso às bibliotecas e aos outros espaços culturais, mostrando que a cultura está viva e que também é, a seu modo, uma arma contra a pandemia”.
De segunda a sexta-feira, todas as manhãs, o poeta e divulgador literário lança no facebook, instagram e youtube um vídeo com a leitura de um poema, num formato assumidamente caseiro, quer pelas imposições do confinamento, quer como forma de sublinhar que a intervenção artística e cultural pode acontecer independentemente de todos os grilhões que nos prendam.
A rubrica conta com diversos parceiros, nomeadamente bibliotecas, algumas delas escolares, e municípios, que fazem também a partilha através das suas páginas.
Destaque ainda para a ilustração do genérico, criada por Duarte Carolino, vencedor do Prémio de Ilustração Infantil Pingo Doce de 2020.
Os vídeos, em que há também a preocupação de apresentar clássicos, muitos deles esquecidos ou desconhecidos, ficam igualmente disponíveis em www.nunogarcialopes.pt.
Por outro lado, a rubrica começou a ganhar espaço fora do seu âmbito, com pedidos de episódios especiais por parte de algumas entidades ou funcionando como recurso para actividades em ambiente escolar ou de biblioteca.
Alguns episódios:
“O visionário” ou “Som e cor” (soneto I), de Gomes Leal – https://youtu.be/Duul08gvmRc
“Dona Vanda” – António Torrado – https://youtu.be/0sCLj0-ywnk
“As leis do povoamento” – José Carlos Barros – https://youtu.be/M7mKonsb_Wk
“Metempsicose” – Antero de Quental – https://youtu.be/CVyUC1aeUuw
Toda a rubrica: www.nunogarcialopes.pt