Parceria com a UAb irá criar “mais condições e qualidade para o ensino não presencial, sempre que a transmissão de conhecimento à distância seja uma vantagem – como o é no caso dos alunos internacionais”. Segundo o presidente do ISEC, Mário Velindro, o objetivo é “ultrapassar fronteiras físicas e desbloquear impedimentos geográficos”, ao mesmo tempo que se mantém a experimentação presencial em laboratório.
O Instituto Superior de Engenharia de Coimbra – ISEC vaicapacitar docentes, inovar nas metodologias de ensino e desenvolver conteúdos teóricos para serem ministrados, maioritariamente, à distância – sempre que o ensino presencial não seja possível ou não apresente nenhuma vantagem.
Esta reorganização será realizada em conjunto com a Universidade Aberta – UAb com o principal objetivo de captar estudantes internacionais e de responder à crescente procura de ensino superior que existe na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP(ver protocolo de cooperação em anexo).
A colaboração com a UAb – especialista na utilização de tecnologias para a aprendizagem não presencial–conferirá aos docentes do ISEC novas competências para ensinar à distância, através de formações com recurso à última geração de softwares de e-learning.
O objetivo é habilitar os professores e prepará-los para o lançamento de novas formações assentes num modelo híbrido, uma vez que parte das aulas práticas de engenharia e atividades em laboratório continuarão a ser presenciais.
Para Mário Velindro, presidente do ISEC, “deve existir uma nova estratégica pedagógica para que o ensino seja mais eficiente e vá ao encontro das necessidades específicas dos estudantes”, afirma.
“A educação tem de adaptar-se às circunstâncias e recorrer às novas tecnologias que a valorizem, tornando-a mais acessível para todos. Deve, por isso, ser feito um esforço para continuar o ensino presencial, de incontornável importância, mas também para aprender a trabalhar à distância, e em rede, o que permitirá criar novas ofertas formativas que possam ultrapassar fronteiras físicas e desbloquear impedimentos geográficos”.
Com o conhecimento que será adquirido através da parceria com a UAb, o ISEC pretende desenvolver a sua própria plataforma digital de ensino, a qual será customizada de acordo com o seu modelo pedagógico.
“Este projeto, assim como a introdução de realidade aumentada nas aulas laboratoriais, irá permitir acrescentar qualidade ao ensino ministrado à distância”, afirma Mário Velindro.
“Em breve iremos lançar novas formações desenhadas de raiz para serem lecionadas – quer à distância, como em sala de aula ou em laboratório – sem que a sua qualidade seja afetada”.
Para além da atualização de técnicas para o ensino à distância – focadas, sobretudo, no mercado internacional – alguns professores do ISEC terão oportunidade de lecionar na Universidade Aberta e de participar na conceção e desenvolvimento de novas pós-graduações de engenharia, em conjunto com docentes da UAb.
“Vamos criar mais condições e qualidade para o ensino não presencial, sempre que a transmissão de conhecimento à distância seja uma vantagem – como o é no caso dos alunos internacionais”, conclui Mário Velindro.
Alargar limites da digitalização, manter experimentação em laboratório
O Vice-Reitor da Universidade Aberta, Domingos Caeiro, defende que a transposição das aulas para as novas plataformas digitais deve ser encarada como um passo positivo na evolução do sistema de ensino.
“A inovação tecnológica e a digitalização de conteúdos não vão comprometer a qualidade do ensino da engenharia; vão, pelo contrário, valorizá-lo”, afirma.
Segundo Domingos Caeiro, “as ferramentas digitais de que hoje dispomos permitem-nos transformar e virtualizar os processos de ensino eficazmente. A digitalização do ensino tornou-se ainda mais relevante durante esta pandemia, mas só as instituições mais inovadoras é que têm a consciência de que é este o caminho a seguir. Para nós, o ensino não tem distância”, afirma.
Durante os últimos meses o ISEC desenvolveu soluções para que os estudantes não fossem afetados pelos confinamentos causados pela Covid-19.
Para isso, modernizou os seus processos de ensino através da aquisição de tecnologia de ponta e da adaptação dos conteúdos laboratoriais ao ensino à distância.
“A Covid-19 obrigou-nos a transferir o ensino, e parte da investigação produzida no ISEC, para formatos virtuais. Mas, apesar da componente negativa que a pandemia trouxe para os tradicionais métodos de ensino, fez também desenvolver um lado positivo, que foi alargar os limites da digitalização!”, afirma Mário Velindro.
“O ISEC é hoje uma escola de engenharia pronta a adaptar-se às novas necessidades da aprendizagem. Ainda assim, é fundamental não esquecer que os cursos de engenharia, pela sua elevada componente prática, irão sempre requerer o envolvimento presencial dos estudantes em processos experimentais de criação e produção em laboratório”.