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Idanha-a-Nova busca reconhecimento mundial do seu património territorial agrícola

Intercâmbio entre Idanha-a-Nova e a comarca de La Axarquía, na Espanha, aborda a importância dos Sistemas Importantes do Património Agrícola Mundial (SIPAM) na preservação de territórios agrícolas locais

“Nós assumimos a nossa condição de agricultores. Herdamos as práticas agrícolas de diferentes civilizações que cultivaram oliveiras nesta terra e, assim, sustentaram a economia familiar. Temos que preservar o nosso património único que são as pessoas do campo, a paisagem, a biodiversidade e a cultura”, afirmou o Presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, durante o intercâmbio “SIPAM e Bio-regiões: desafios e estratégias para o desenvolvimento dos territórios rurais”.

O evento aconteceu na última quinta-feira (20/05), em formato on-line, com o objetivo de promover a troca de experiências entre o concelho de Idanha-a-Nova, primeira Bio-Região reconhecida em Portugal, e La Axarquía, comarca de Málaga na região de Andaluzia, na Espanha, que tem sido uma referência na preservação dinâmica e valorização do seu património endógeno, tendo conquistado o primeiro reconhecimento SIPAM na Europa.

A experiência andaluza foi partilhada pelos representantes da “Agencia para la gestión agraria y pesquera de Andalucía” (Agapa-Málaga), nomeadamente Pablo Avila Zaragozá, David Polonio Baeyens e Rafael Fernandéz Gómez, que salientaram a importância do processo participativo de construção como elemento central para o sucesso do plano de conservação dinâmica do SIPAM.

Esperanza Perea Acosta, Coordenadora do projeto VALSIPAM – Valorização dos SIPAM no Sudoeste Europeu, destacou a ligação direta entre o processo do SIPAM e o desenvolvimento do turismo.

“O reconhecimento do território como um sistema integrado que engloba biodiversidade, cultura, paisagem e pessoas traz experiências únicas com o turismo. Esta riqueza peculiar precisa de investimentos para ser preservada”, afirmou Esperanza.

A interconexão entre a valorização das paisagens e dos sistemas agrícolas singulares foi evidenciada no Diagnóstico Territorial Rápido de Sistemas Alimentares Sustentáveis, realizado pela ACTUAR – Associação para a Cooperação e o Desenvolvimento em Idanha-a-Nova.

Foto SIPAM

Este diagnóstico é essencial para dar a conhecer as potencialidades de um reconhecimento SIPAM e para promover sistemas de governança assentes numa abordagem de direitos, estimulando possíveis sinergias entre SIPAM e Bio-Regiões.

“O esforço pela constituição de um SIPAM ou a própria manutenção de alguns dos sistemas tradicionais de olival de sequeiro pode vir a fortalecer os esforços do Município em torno do desenvolvimento de uma Bio-Região”, afirmou Joana Dias, coordenadora de programas da ACTUAR e da iniciativa SIPAM-CPLP.

Após a troca de experiências, Catarina Pereira, do Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento (CMCD), anunciou a realização de um seminário de dois dias em Idanha-a-Nova, que acontecerá no próximo trimestre, para discutir a aprovação de um modelo de governança para a Bio-Região inserido no processo de reconhecimento SIPAM.

O intercâmbio promovido enquadra-se no projeto “Bio-Regiões: uma estratégia integrada de desenvolvimento dos territórios rurais”, implementado pelo Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento de Idanha-a-Nova (CMCD), em parceria com a Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (AGROBIO), a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), o Município de Idanha-a-Nova e a ACTUAR – Associação para a Cooperação e o Desenvolvimento.

Mais informações sobre o SIPAM: http://www.fao.org/giahs/en/

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