O dirigente socialista Daniel Adrião manifestou-se hoje surpreso quanto a um eventual adiamento do Congresso do PS, alertando que apenas a Comissão Nacional do partido tem competência estatutária para tomar esse tipo de decisões.
“A direção do partido não tem competências estatutárias para o adiamento do Congresso. Só quem pode decidir sobre essa matéria, depois de uma decisão da Comissão Organizadora do Congresso – que tem competência de natureza operacional para organização do congresso –, é a Comissão Nacional, a decisão política relativa a um adiamento tem de ser tomada pela Comissão Nacional do PS, e não pela Comissão Permanente ou pela Secretariado Nacional”, afirmou Daniel Adrião à Lusa.
Daniel Adrião, que obteve 6% dos votos nas diretas para secretário-geral contra António Costa, referia-se à notícia avançada no domingo pelo jornal ‘online’ Observador de que a direção do PS vai avaliar nos primeiros dias de julho se vai manter o congresso manter o congresso do partido que está marcado para 10 e 11 desse mês.
“A Secretariado Nacional não tem competências para decidir sobre congressos, não. Um COC foi eleito na Comissão Nacional, tem um mandato para organizar o Congresso, e, por outro lado, a Comissão Nacional é o órgão que delibera a realização de congressos”, sublinhou.
O dirigente socialista diz-se “completamente apanhado de surpresa por estas notícias”, que o preocupam “bastante”, e vai formalmente questionar o COC sobre o assunto.
“Não fui informado de nada enquanto candidato e primeiro subscritor de uma moção de estratégia política ao Congresso, desvio ser previamente informado de eventuais diligências que estivessem a decorrer para o eventual adiamento do Congresso. Também estranho esta questão ser colocada a 15 dias da realização do Congresso”, afirmou.
Daniel Adrião reiterou como suas críticas ao modelo de Congresso decidido, já “altamente condicionado circunstância pors”, com divisão por 13 locais e a diminuição do número de delegados, o que prejudica as minorias, como a representação por sua moção, assinalou.
“Quando foi decidida a remarcação do Congresso para este dado, a liderança do partido sabia perfeitamente os riscos que corriam para marcar o congresso para um momento em que não se sabia exatamente qual seria a situação”, sustentou, defendendo que a reunião magna magna de socialista realizar-se num “momento em que a situação pandémica esteja inteiramente resolvida”.
Com o Congresso que se realiza nos dias 10 e 11 de junho dividido por 13 salas, em Lisboa, na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, estará a mesa do congresso, os membros dos órgãos de direção (Secretariado Nacional e Comissão Política) e os delegados eleitos pelas federações da Área Urbana de Lisboa (FAUL) e Oeste.
*LUSA