A Amato Lusitano – Associação de Desenvolvimento (AL-AD) é uma associação privada sem fins lucrativos, que desenvolve um trabalho de intervenção social, nas necessidades identificadas dos grupos mais vulneráveis, com problemas sociais e em situações de risco em Castelo Branco, a fim de promover sua inclusão social, igualdade de oportunidades e/ou de gênero, e à não discriminação, através da valorização pessoal, familiar, social e profissional.
Foi premissa que a Amato Lusitano – Associação de Desenvolvimento se candidatou ao projeto “RAP – Resposta de Apoio Psicológico” tipologia 3.17 – Instrumentos específicos de proteção das vítimas e de acompanhamento de agressores na violência doméstica, cofinanciado pelo PORNOe e com o CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género como entidade como promotora.
Como caraterísticas e a prevalência da violência doméstica em Portugal, e em concreto no território que compõe o CIM Beira Baixa, mostram a necessidade de continuar o trabalho no sentido de aprofundar os conhecimentos e encontrar novas estratégias para melhorar o apoio fornecido às vítimas.
A violência doméstica é um crime de natureza pública com consequências severas nas vítimas e nas crianças expostas à violência.
Ainda a nível nacional podemos constatar, nos dados de crimes de violência doméstica, que no nível da Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica (RNAVVD), estão a 1317 crianças em situação de acolhimento.
Em concreto, o Centro de acolhimento de Emergência para Vítimas de Violência de Castelo Branco | CAEVVD-CB, realizou no ano transato 47 acolhimentos sendo 15 deles as vítimas de violência interparental crianças/jovens, mais especificamente, 9 do género feminino e 6 do género masculino.
O mesmo ocorre com a Estrutura de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica | EAVVD que responde a 8 concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Oleiros, Vila de Rei, Vila Velha-de-Rodão, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã e Idanha-a-Nova) e que na ano de 2020 contabilizou 197 novos casos, sendo que esses novos acompanhamentos, 30 foram feitos a crianças e jovens vítimas de violência interparental, 19 género feminino e 11 género masculino.
É pela evidência destes números, que consideramos de extrema importância e nos congratulamos pela criação desta resposta específica e especializada de intervenção e apoio psicológico e psicoterapêutico a crianças e jovens vítimas de violência doméstica, acolhidas em respostas de acolhimento de emergência ou atendidas e acompanhadas pela estrutura de atendimento a vítimas de violência doméstica de Castelo Branco e diversos parceiros da RNAVVD, onde se incluem as CPCJ´s, e que são expostas à violência interparental.
Nesta linha, esta resposta, criada no âmbito da RNAVVD, pretende, numa lógica de apropriação das linhas transversais da definição e execução da ENIND – Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030 «Portugal + Igual», assumir o princípio da Territorialização e da Promoção de parcerias, ao contemplar a participação direta e articulada das diversas organizações dos 6 municípios que compõe a CIM Beira Baixa, que intervêm junto de crianças e jovens.