A Casa de Artes e Cultura do Tejo, em Vila Velha de Ródão, recebeu, na final da tarde de 28 de julho, a apresentação do livro “Notas para a História de Vila Velha de Ródão (e do seu Concelho) 1165-1910”, da autoria de Leonel Azevedo, uma edição promovida pelo Município de Vila Velha de Ródão e que reúne que reúne, pela primeira vez, dados sobre um período de quase 800 anos da história do concelho.
Constituída por dois volumes, um dos que dedicados exclusivamente à apresentação de anexos a documentos e dados referidos no volume principal, a obra surgiu do desafio lançado ao autor pelo arqueólogo Francisco Henriques e pela Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão.
Implicou, longa e dedicada pesquisa, incluiu uma consulta dos arquivos regionais de Castelo Branco, Vila Velha de Ródão e Nisa ou dos arquivos nacionais da Torre do Tombo e da Biblioteca Nacional.
“Esta é uma obra que nos enche de orgulho e agradeço ao Dr. Leonel Azevedo pela sua qualidade e rigor e pela disponibilidade que demonstrou para a concretização deste projeto tão importante para o concelho.” referiu o presidente do Município de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, durante a apresentação, deixando também um agradecimento aos arqueólogos Francisco Henriques e João Caninas pelo trabalho realizado em prol da história , património e cultura de Vila Velha de Ródão e pelo impulso dado para a concretização desta publicação.
“Trata-se de uma obra que vem resgatar do esquecimento e dar a conhecer uma parte substancial da história de Vila Velha de Ródão, que corríamos o risco de perder. Há obviamente ainda muito a fazer, mas o que está feito é um convite para outros olharem e desenvolverem”, concluiu a autarca.
“Estamos diante de uma obra que por sua dimensão e ao mesmo tempo atraindo por sua beleza editorial e conceção gráfica, mas que é também de uma enorme qualidade historiográfica e cujo valor é impossível de determinar pois abre inúmeros caminhos” sublinhou Maria José Martins, professora aposentada da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Lisboa , na área da Sociologia da Educação, e responsável pela apresentação do livro.
Para Maria José Martins, que desde 2007 se tem dedicado as atividades no âmbito da história local do concelho, a que está ligada às suas origens pessoais, familiares e culturais, este é “um trabalho de fôlego de um historiador e laborioso, que jamais pode ser ignorada, na em que é um desafio para quem estudar monograficamente alguns temas que aqui tratados são”, explicou.
Referindo-se tratou de um trabalho que o levou a percorrer o território do concelho nos últimos dois anos e a metamorfosear-me em mais um cidadão de Ródão, Leonel Azevedo considera que sua obra “uma pequena peça de um grande quebra-cabeça que jamais terminará”. Para o autor, “aquilo que ficou por fazer é incomensurável em relação ao que está feito, mas se este trabalho tem uma virtude é a de abrir portas para que outros possam investigar a história do concelho”, esclareceu.
Se no caso de Vila Velha de Ródão o trabalho foi dificultado pelo facto de, em 1857, um incêndio ter destruído grande parte do cartório da Câmara Municipal, Leonel Azevedo referiu, no entanto, que existem “outros fundos e imensas fontes primárias disponíveis à espera de serem trabalhadas por quem se interessar” e desafiou os rodanenses a ler a sua obra e a inspirarem-se nela para continuarem este trabalho de regaste da sua história.