A Real Associação da Beira Interior, organizou no dia 06 de Agosto, uma palestra subordinada ao tema – “Já Leram a Poesia de Guerra Junqueiro?”.
O evento foi realizado na Biblioteca Municipal de Castelo Branco e tive o apoio da Câmara Municipal de Castelo Branco, o orador convidado foi o poeta albicastrense, professor e investigador António Salvado.
Na Mesa estiveram o orador e o Vice-Presidente da Real Associação da Beira Interior, Luís Duque-Vieira.
Abílio Guerra Junqueiro, nasceu em 1850 em Freixo de Espada à Cinta e faleceu em 1923 Lisboa.
De família abastada e católica, frequentou na Universidade de Lisboa, a Faculdade de Teologia, mas acaba por ser primaz em Direito no ano de 1873.
Foi administrativo, foi deputado pelo Partido Progressista, mas muito do seu tempo foi ocupado na lavoura de suas vastas propriedades.
Em Lisboa fez parte da Geração de 70 do Século XIX –“ Os Vencidos da Vida”, zanga-se com Oliveira Martins que pertencia ao grupo – “Os Vencidos da Vida”, por ter aceite o cargo de ministro e rompe definitivamente com ele com o “Ultimatum”, tornando-se apoiante da República.
Com a implantação da república em 1910, exerce o cargo de Ministro Plenipotenciário na Confederação Helvética entre 1911 e 1914.
Depois cuidou da sua obra e das suas propriedades no norte de Portugal.
A sua obra é na maioria poética, também escreveu prosa, Guerra Junqueiro começou aos 16 anos a publicar poesia.
Em 1866 – “Mysticae Nuptiae”, 1867 – “Vozes sem Eco”, 1868 – “Baptismo de Amor”, 1870 e– “A Vitória de França”, 1873 – “A Espanha Livre”.
Em 1874 – “A Morte de Dom João”, seria o Primeiro Painel de uma Trilogia, o Segundo Painel com “A Velhice do Padre Eterno” – 1885 (obra prefaciada por Camilo Castelo Branco), o Terceiro Painel publicado em 1826 – “Prometeu Libertado”.
Guerra Junqueiro publica em 1879 – “A Musa em Férias”, 1890 – “Finis Pátria”, 1882 – “Os Simples”, 1902 – “Oração ao Pão”, 1904 – “Oração à Luz”, 1920 – “Poesias Dispersas”.
No volume de “Poesia Dispersa”, “A Lágrima” tem 36 dísticos, com alexandrinos de rima emparelhada.
Na História da Poesia Portuguesa, não há obra que tenha sido mais amada e mais negativamente criticada que a de Guerra Junqueiro.
Durante a palestra, Manuel Costa Alves, Maria de Lurdes Barata (Milola) e Maria de Lurdes Riscado (Milu) recitaram poesias de Guerra Junqueiro.