Mais de 1.000 crianças e jovens, a maioria crianças até os quatro anos, foram assistidas em serviços de urgência em 2019 e 2020 por causa de queimaduras resultantes de acidentes domésticos e de lazer segundo, dados hoje divulgados.
Os dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), compilados no âmbito do sistema de vigilância EVITA, focado nos Acidentes Domésticos e de Lazer (ADL) com recurso aos serviços de urgência, indicaram que 1.042 crianças e jovens, dos zero aos 18 anos, sofreram queimaduras em acidentes ocorridos em casa.
“Atendendo a que as queimaduras não fatais são consideradas uma causa importante de morbilidade a nível mundial, pretende-se destacar esta problemática nas vítimas mais jovens, locais onde ocorrem com maior frequência e principais produtos e, ou, objetos envolvidos”, refere o INSA em comunicado.
Os dados indicam que dos 1.042 episódios registados pelo sistema EVITA, de que resultam queimaduras, a maioria das vítimas era do sexo masculino (53,4%)
Os acidentes foram mais frequentes no grupo até quatro anos (58%), observando-se também “uma maior proporção” de queimadura nos meninos até quatro anos, e nas meninas e raparigas nos grupos etários seguintes.
A maior parte dos acidentes ocorreu em casa (87%), enquanto 6% se turaram ao ar livre, 4% na escola e nos restantes em áreas de comércio e serviços (1%), de transporte (1%) e de diversão e entretenimento (1%).
Os dados do INSA indicam ainda que 18% das queimaduras devemram-se aos alimentos quentes, 17% a água quente, 15% a lareiras ou salamandras, 13% a eletrodomésticos (ferro de engomar, grelhador, forno, fogão), 10% a objeto específicos (fogo, botija de água, escape da mota).
Dez por cento das queimaduras foram causadas por bebidas quentes, 7% por outros objetos, 5% pelo sol e outros 5% por substâncias tóxicas (acetona, cola, refrigerante)
O sistema EVITA – Epidemiologia e Vigilância dos Traumatismos e Acidentes, coordenado pelo Departamento de Epidemiologia do INSA, recolhe informações provenientes de não recebidas através da rede de hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com serviço de urgência que integram o sistema EVITA durante os anos de 2019 e 2020.
Criado em 2000, este instrumento de observação permite obter dados e informação adicional à informação clínica relevante para a monitoração e vigilância dos acidentes que ocorrem em ambiente doméstico, lazer, escolar e desportivo na população portuguesa, que implicam recurso às urgências de unidades de saúde do SNS.
Como vítimas são caracterizadas quanto às situações, circunstâncias do local da ocorrência e dos lesões, assim como, quanto aos agentes envolvidos, referem-se ao INSA.