O Penamacor Vila Madeiro regredirou, este ano, em formatol, mas presencia ainda de forma condicionada, depois de no ano transato ter sido apresentado no formato on-line, devido aos constrangimentos causados pela pandemia de COVID-19
O momento alto de certame foi, mais uma vez, o atear do Madeiro, na noite de 23 de dezembro, que juntou populares ao redor da fogueira.
Ainda na mesma noite, teve lugar no concerto do coro gospel Shout, na Igreja Matriz.
O evento arrancou no dia 7 de dezembro, com a Festa no recinto de Nossa Senhora do Incenso, prosseguindo, no dia seguinte, com o habitual desfile de tratores que carregam os troncos até ao adro da Igreja.
O Penamacor Vila Madeiro contorno, ainda, com música, animação de rua, Mercado de Natal, espaço infantil, um passeio equestre e outras atividades culturais como visitas guiadas e encenadas ou apresentação de livros.
A inauguração decorreu, no Museu Municipal, ao mesmo tempo que também foi inaugurada no local a exposição “Madeiro – Património e Identidade”, seguida de um grande musical e de poesia, por Pedro Domingues e Cristiana Pereira.
Segui-se a apresentação, no Auditório da Escola de Música, do livro “Carlota e Francisco Pina Ferraz – A Vida, o Sonho, a Obra”, da autoria de Maria João Cunha e com edição do Instituto Social Cristão Pina Ferraz, em colaboração com o Município de Penamacor.
No dia 8, realizou-se uma Visita Guiada e Encenada ao Convento de Santo Antônio e foi apresentado o Teatro Comunitário “Da água se fez lenda”, na Casa do Povo de Penamacor.
O evento regrediu, depois, no dia 11, com o já habitual Encontro de Cantares ao Menino, no Convento de Santo António, que contorna, nesta edição, com a participação da Casa do Pessoal dos Hospitais da Universidade de Coimbra e com o Grupo Modas Antigas.
Já da parte da noite, espaço para o concerto da Banda & Tarola, na Praça Vila Madeiro.
No dia 12, destaque para a apresentação do livro “Poesia Popular da Raia Beirã”, da autoria de Francisco Abreu, no Auditório da Escola de Música.
Durante o programa do evento, lugar, ainda, no dia 18, para a 7ª edição do Passeio Equestre Vila Madeiro, seguida da Visita Guiada e Encenada à Arquitetura Militar da Vila de Penamacor. O Penamacor Vila Madeiro terminou no dia 25 de dezembro.
O Madeiro
Recorde-se que o Madeiro de Penamacor ganhou fama de ser o maior do país.
Todos os anos, com o aproximar do Natal, por todas as freguesias do concelho, os jovens em idade de cumprir o serviço militar unem-se para cortar e transportar os troncos que alimentaram a fogueira para aquecer o Menino Jesus.
O grande monte de madeira, depositado no adro da igreja, é ateado ao cair da noite do dia 24, à exceção de Penamacor, que arde de 23 para 24, e mantém-se aceso durante vários dias.
Depois da ceia de Natal, a população reuni-se em torno da fogueira, num ritual gesto de fraterno encontro.
Em Penamacor, a chegada do Madeiro tem dados marcados e o ato assumir foros de festividade.
De fato, no dia 8 de dezembro, a população acorre generosamente à rua para saudar o córjo de tratores e reboques, em número que procura sempre bater o antecedente, onde os jovens do ano, dantes só os rapazes e agora também como raparigas, empoleirados nos troncos, atiram à rebatina os frutos do ramo de laranjeira que a praxe manda trazer, cantando acompanhados à concertina.