A União de Freguesias de Póvoa de Rio de Moinhos e Caféde, no dia 15 de abril, organizou um palestra na Casa da Cultura em Póvoa de Rio de Moinhos.
O tema do evento – “Nossa Senhora da Encarnação”, a oradora convidada foi a geografa, professora e investigadora Maria Adelaide Neto Salvado.
Igualmente presente no palestra, o Presidente da União de Freguesias de Póvoa de Rio de Moinhos – Ana Sofia Ramos Pereira, vice-presidente / Secretário da União de Freguesias de Póvoa de Rio de Moinhos e Caféde – Sérgio Silva e a Tesoureira da União de Freguesias de Póvoa de Rio de Moinhos e Caféde – Paula Esteves Dias.
Antes do início da palestra, Ana Sofia Ramos Pereira pediu um minuto de silêncio, pois foi às 15 horas de Sexta-feira Santa que faleceu Jesus de Nazaré.
Maria Adelaide Neto Salvado, iniciou o palestra com a leitura de um soneto de João Penha (1838 – 1919).
Existem várias invocações a Nossa Senhora da Encarnação e nomes que serviam para engradecer o culto mariano – Padre Jacinto Reis (1893 – 1978).
O Evangelho segundo São Lucas – capítulo 1, versículos 26-38, o Anjo Gabriel Anuncia à Virgem Maria o nascimento do redentor – Jesus de Nazaré, em que Deus vai Encarnar Homem.
Na Capela de Nossa Senhora da Piedade em Castelo Branco, encontra-se um azulejo que com a imagem de Nossa Senhora e do Anjo Gabriel.
Também no Museu Francisco Tavares Proença Júnior em Castelo Branco, uma imagem do Anjo Gabriel e da Virgem Maria.
Gil Vicente (1465 – 1536), escreveu uma peça de teatro – “Auto da História de Deus”.
O Sermão da Encarnação do Padre António Vieira (1608 – 1697), referia-se à Estrela-do-mar, afim de por meio dela chega ao porto de salvação.
A oração mais antiga à Encarnação, é do Século III com o rito romano e o rito grego. Mais tarde no Concílio de Éfeso (431), surge o reconhecimento oficial da Santa Sé do título de “Mãe de Deus” à Virgem Maria., neste Concílio reuniram-se 250 bispos, também esteve presente o patriarca de Alexandria – Cirilo de Alexandria, que é um dos Doutores da Igreja.
Em 589, com o III Concílio de Toledo, que era a capital da Península Ibérica no Reinado do Rei Visigodo Recarelo I, os visigodos deixam o arianismo e aceitaram “Deus Verdadeiro e Homem Verdadeiro”, Deus é Pai e Filho.
A Encarnação / Anunciação com o cristianismo primitivo, estabelece-se a de 25 de março (9 meses antes do dia de Natal em 25 de dezembro), como dados festiva.
Mais tarde com o X Concílio de Toledo em 656, aquando era Rei Visigodo – Recesvinto I.
O arcebispo Eugênio, a coloca Festa da Mãe de Deus no dia 18 de dezembro (Nossa Senhora do Ó), isto porque no dia 25 de março está enquadrado com o Quaresma.
Durante o palestra é recitada uma oração de Mação (25 de março), com a Voz (Maria Adelaide Neto Salvado) e o Coro (público que esteve presente no palestra)
Póvoa de Rio de Moinhos, que tem a capela de Nossa Senhora da Encarnação, ermida do Século XVIII que era santuário de Nossa Senhora da Encarnação.
Frei Agostinho de Santa Maria (1642 – 1728) no ano de 1711, diz que entre a Póvoa de Rio de Moinhos e Tinalhas, termo da vila de São Vicente da Beira, que se encontra o santuário milagroso de Nossa Senhora da Encarnação.
Santo Antônio (1195 – 1231) e o Padre Manuel Bernardes (1644 – 1710) destacam a Estrela da Manhã – Nossa Senhora.
A gestão da ermida de Nossa Senhora da Encarnação – Século XVIII: tem ermitão, casas de romagem, padroeiros da Póvoa de Rio de Moinhos e capelão.
O ermitão e o capelão da ermida de Nossa Senhora da Encarnação foram escolhidos pelas pessoas de Póvoa de Rio de Moinhos.
O santuário tinha muitos ex-votos no Século XVIII (eram ofertas a Nossa Senhora, pelos milagres, pedidos que eram realizados.
Eram pequenos quadros). Dos vários Ex- votos dos Séculos XVII, XVIII e XIX, existem apenas um ex-voto que foi oferecido por Clara da Silva em 1842.
Também à referência da oferta da mortalha por Domingas Jorge em 1711.
A romaria de Nossa Senhora da Encarnação, é na Segunda-feira, após o Domingo de Páscoa, que tinha a presença do Presidente da Câmara e a romaria de Santa Águeda tinha a presença do Juiz Ordinário.
Nossa Senhora da Encarnação, é padroeira da cidade de Leiria.
Um padre natural de Póvoa de Rio de Moinhos – Tomás Farinha, na Missa Nova de 12-VII-1959, teve uma pagela de Nossa Senhora da Encarnação.
Em 16-III-1877, com as gentes de Póvoa de Rio de Moinhos e as gentes de Tinalhas, surgem uma batalha campal, onde intervirão 35 praças de infantaria e 15 praças de cavalaria.
Esta situação de conflituo estava na posse da capela de Nossa Senhora da Encarnação, que terminou em 1889 com o III Visconde de Tinalhas (1880 – 1973), com a criação da ermida da Rainha Santa Isabel em Tinalhas.
No final da palestra atuaram as Adufeiras da USALBI do polo de Póvoa de Rio de Moinhos, sob a liderança de Fernando Reis Garcia.
Falou, ainda, António Paulo referindo-se às 764 invocações a Nossa Senhora no território nacional, também falou a neta de Manuel Bispo da Póvoa de Rio de Moinhos, que esteve presente no conflituo de 1877 e também falou Manuel Franco Martins.