Uma sociedade-ideologia-opinião que não se questiona não avança
O filósofo Sócrates usava do método maiêutico (arte de realizar partos) para levar as pessoas ao conhecimento; para isso servia-se de perguntas, seguidas de respostas a que seguiam novas perguntas, como se ele fosse uma parteira a ajudar a parturiente a dar à luz a própria criança.
Numa sociedade clientela cada vez mais técnica, burocrática e manipulada de respostas empacotadas urge fazerem-se cada vez mais perguntas!
É costume dizer-se que quem não questiona permanece estúpido…
Naturalmente, pode-se questionar tudo, desde a opinião geral à opinião individual! Uma notícia que apresentada na TV, ou noutro meio de comunicação social, é geralmente engolida sem ser mastigada nem saboreada…
As elites do poder já que não conseguem do cidadão uma fé comum procuram, o que é natural, criar nele uma opinião comum. O pensar diferenciado não ajuda o poder (nem agrada à massa anónima) mas serviria mais a evolução da pessoa humana e da população…
Há o perigo de projecções, mas também há questões que podem ser indigestas e que para serem “engolidas” e o seu conteúdo não provocar “tosse” precisariam mais tempo de ruminação.
Perguntas perigosas podem tornar-se aquelas que questionam a opinião geral ou as pessoas que se consideram esclarecidas!…
Uma pergunta muitas vezes oportuna seria: Quem beneficia com isto? O que é que está aqui em jogo? O que pretendes com isto? Porque perguntas isto?…
A pergunta é sempre legítima porque a questionação plural tenta libertar a pessoa do “lado certo” ou do “lado errado” e, deste modo, possibilitar um caminhar humano de todos em frente na procura da Verdade!