O projeto MedElderly foi desenhado para consciencializar a população idosa para os riscos do uso de medicamentos sem prescrição médica e por longos períodos. Os resultados serão apresentados no dia 30 de junho, no IPG, num workshop sobre o uso racional do medicamento.O IPG tem apostado na área do envelhecimento, tendo inaugurado recentemente o polo da região Centro do Observatório Nacional do Envelhecimento.
O Instituto Politécnico da Guarda – IPG desenvolveu um projeto para chamar a atenção da população idosa para o uso inadequado de medicamentos, como a utilização de medicamentos sem prescrição médica ou o seu consumo por períodos superiores à indicação clínica.
O MedElderly foi desenvolvido pelo IPG, em parceria com a Unidade de Saúde Local – ULS da Guarda, a Universidade de Aveiro e o Instituto Politécnico de Viseu.
Os resultados do projeto serão apresentados no workshop sobre o “Uso Racional do Medicamento: Barreiras Sociais e Institucionais” no dia 30 de junho no IPG, onde se vão reunir académicos e especialistas de saúde pública, geriatria e farmacologia.
“Os doentes idosos tomam em média 2 a 5 medicamentos prescritos por dia, sendo que cerca de 20 a 40% toma mais de 5 medicamentos. É uma população que depende destes medicamentos, muitas vezes devido a doenças crónicas, mas o seu uso indevido pode representar riscos graves à saúde, como reações adversas à medicação”, afirma Fátima Roque, docente do IPG e investigadora responsável pelo projeto.
“Com este projeto pretendeu-se não só apurar os hábitos de consumo na população idosa, mas também sensibilizá-la para boas práticas no dia-a-dia quando tomam os medicamentos de que precisam”.
Os investigadores do IPG conduziram sessões de esclarecimento e distribuíram material educacional aos idosos em centros de saúde, farmácias, lares e centros de dia. As sessões foram preparadas a partir dos resultados de um questionário aplicado a mais de mil idosos, que responderam a questões sobre o uso de medicamentos e os fatores de risco associados.
Para além do MedElderly, serão apresentados mais dois projetos de investigação desenvolvidos no IPG sobre o uso medicamentos: API Med Older liderado pelo IPG e e Health Resp coordenado pela Universidade de Aveiro.
O workshop sobre “Uso Racional do Medicamento: Barreiras Sociais e Institucionais” realiza-se no auditório da Escola Superior de Saúde do IPG, na próxima quinta-feira entre as 09:30 e as 16:30.
O painel da manhã contará com Francisco George, médico especialista em Saúde Pública, para falar sobre o uso racional de medicamentos, e com Cláudia Nazareth, da Associação Portuguesa de Infeção Hospitalar, para esclarecer a importância da prevenção da resistência a antimicrobianos. Haverá ainda um debate sobre as estratégias para o uso adequado de antibióticos, moderado pela Catarina Quinaz da ULS da Guarda.
No painel da tarde falará Márcia Kirzner, do Núcleo de Estudos de Geriatria da SPMI, sobre a polimedicação no idoso, e Ema Paulino, da Associação Nacional das Farmácias, sobre as responsabilidades do farmacêutico na otimização da efetividade e segurança do medicamento.
A iniciativa terminará com um debate sobre as estratégias para melhorar a gestão e o uso de medicamento em idosos, moderado pelo Jorge Aperta da ULS da Guarda.
IPG aposta na área do envelhecimento
“O Politécnico da Guarda tem desenvolvido e liderado vários projetos para ajudar a melhorar a qualidade de vida dos idosos, nomeadamente sobre a promoção da atividade física, o uso adequado de medicamentos, a promoção da saúde mental e a capacitação dos cuidadores”, afirma Joaquim Brigas, presidente do IPG.
“Temos trabalhado em parceria com as instituições de ensino superior e com as estruturas de saúde, para passarmos a ser a referência regional para o estudo e acompanhamento das questões ligadas ao envelhecimento”.
Foi recentemente inaugurado no IPG o polo da região Centro do Observatório Nacional do Envelhecimento, um passo que a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, considerou “uma pedrada no charco”.