Ocorre neste momento um “bloom” de algas do caudal vindo de Espanha cheia de cianobactérias de elevada toxicidade.
Ainda vamos ter que agradecer a Espanha por tão pouca água e ainda por cima “verde”.
A bacia do Tejo em Espanha tem a mesma disponibilidade hídrica que a bacia do Douro, recebe 2700 hm3 menos 800 hm3 que a bacia do Douro no Norte de Portugal tem em território nacional uma precipitação muito superior e mais contribui os afluentes.
Como transmitimos 1000 hm3 do Tejo foram dados ao transvase Tejo Segura, portanto água que desvia o regime natural, e que o máximo usado foi de 500 hm3 e atualmente não ultrapassou 200 hm3, sendo que o componente não utilizado de 800 h.3 deveria ser devolvida ao regime natural do rio Tejo que corre para Portugal.
Fica assim desmentidas as afirmações dos entrevistados espanhóis de que os 2.700 hm 3 representam o regime natural.
A bacia do Tejo foi entregue às hidroelétricas espanholas e a do Douro às portuguesas, agora vendidas a França.
O caudal anual de 2.700 hm3 ( e não de 4.000) vai ser cumprido neste ano da maior seca no rio Tejo mostrando que foi determinado e negociado para a seca e não para o regime natural.
É natural que o armazenamento seja baixo que é o “pior” seca do século. Mas não está abaixo dos níveis mínimos habituais.
Por isso os espanhóis nem estão a ser “bons”, nem “tolos”, visto que o caudal mínimo anual de seca, e não de regime natural, é utilizado o bel prazer das suas barragens a 63% de forma que prejudica o Tejo em Portugal.
E afirmam que representam o regime natural.
Como se o regime natural fosse 37% do caudal que ocorre em ano de seca.
Se forem tão preocupados seria uma boa oportunidade para integrar caudais ecológicas nos planos de gestão da região hidrográfica do Tejo para o período seco, médio e húmido, e cuja definição seja supervisionada pela Direcção Geral do Meio Ambiente da Comissão Europeia. Depois o que seria transpostos para a Convenção de Albufeira.
Será que está disposto a isso?
A reportagem integra muitos erros lamenta que para o bem do jornalismo esperamos que não foram propositados.
E vamos avançar com queixa à comissão europeia e Ação judicial popular nos tribunais nacionais para aplicação da Diretiva Quadro da Água, com recurso ao Tribunal de Justiça Europeia se necessário para obrigar os estados portugueses e espanhol a assegurar o bom estado ecológico das águas do rio Tejo.