O Centro de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), via LaserLab Coimbra,é um dos principais parceiros do projeto científico europeu ReMade@ARI, um projeto que acaba ser lançado e que visa desenvolver materiais recicláveis inovadores para componentes-chave em áreas diversas, um nível sem precedentes.
Com um orçamento global de 13,8 milhões de euros, o projeto, que reúne 40 parceiros, é financiado pela União Europeia (UE)e liderado pelo centro alemão Helmholtz-Zentrum Dresden-Rossendorf (HZDR).
O Plano de Ação de Economia Circular da União Europeia baseia-se no pressuposto de que até 80% do impacto ambiental de um produto é determinado durante a fase de projeto.
Para promover uma abordagem abrangente da produção e produtos sustentáveis, o visto ReMade@ARI, segundo o consórcio, “alavancar o desenvolvimento de materiais inovadores e sustentáveis para componentes-chave nos setores mais diversos, como o de materiais eletrónicos, baterias, veículos, construção, embalagens, plásticos, têxteis e alimentos, a um nível sem precedentes. Para responder ao desafio de criar novos materiais que sejam funcionalmente competitivos e altamente recicláveis, será aproveitado o potencial de mais de 50 infraestruturas de investigação analítica da rede europeia ARIE”.
“No supermercado, como frutas e legumes são frequentemente embalados em plásticos para prolongar a sua vida útil. No futuro, os materiais de base biológica derivados da madeira poderão constituir uma alternativa sustentável. É aqui que o ReMade@ARI entra em ação: a investigação que leva ao desenvolvimento de novos materiais sofisticados depende crucialmente do acesso às infraestruturas de investigação europeias de classe mundial, que uniram forças no ReMade@ARI”, exemplifica o consórcio.
Assim, a plataforma ReMade@ARI será o “hub” central para todos os setores e áreas de investigação em que serão desenvolvidos novos materiais para uma circular de economia.
“Fornecemos aos cientistas que estão trabalhando em projetos de desenvolvimento de novos materiais recicláveis ferramentas analíticas que permitem explorar as propriedades e a estrutura de seus materiais ao mínimo detalhe, incluindo resolução atómica”, explica Stefan Facsko, coordenador científico do projeto, enfatizando que “isso requer a exploração dos mais diversos métodos analíticos, envolvendo combinações apropriadas de fotões, eletrões, neutrões, iões, positrões e campos magnéticos muito elevados”.
Nesse sentido, qualquer cientista, com ligações quer à academia quer à indústria, que trabalhar em novos materiais recicláveis, pode entrar em contato com o consórcio.
Será dada atenção especial aos cientistas que trabalham em domínios de investigação em que o potencial das infraestruturas de investigação ainda não foi explorado.
De acordo com Rui Fausto, um dos coordenadores do projeto em Portugal e professor catedrático no Departamento de Química da FCTUC, “a plataforma vai oferecer aos cientistas um serviço completo, colaborando com eles de para identificar as propriedades relevantes a ser analisadas,de modo a desenvolver o material ideal para uma finalidade específica”.
Com base nisso,conclui, «as infraestruturas de pesquisa mais adequadas para medir essas propriedades serão identificadas entre o conjunto de instalações únicas da Europa que integram o consórcio».