Música, animação e conversas com artistas e entidades marcaram na tarde do dia 22 de outubro nos Paços do Concelho com a dinamização do Eco-Festival das Artes e dos Artistas do Pinhal, uma organização do projeto Resina, com o apoio do Município, que recebeu vários convidados.
João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, destacou o carácter intermunicipal desta iniciativa, que envolve ainda os concelhos do Pinhal Interior Sul de Oleiros, Sertã, Vila de Rei e Mação.
Em comum, estes territórios de baixa densidade ainda a floresta: “foi e é sempre o grande ativo destes territórios do ponto de vista da criação de valor para as comunidades, mas hoje também do ponto de vista ecológico pois todos os socialmente mais sensíveis à importância que a floresta tem, à biodiversidade que permite e a tudo aquilo que faz para a nossa casa comum”, referiu o autarca durante o painel, moderado por Miguel Peixoto, em que participaram igualmente Suzana Menezes, diretora Regional de Cultura do Centro, e o músico Rão Kyao. João Lobo apontou ainda o olhar diferenciado que o território recebeu durante a pandemia, mas que tem de continuar a ser, potencialmente por sua qualidade de vida e projetada, por exemplo, para as nómadas digitais. “Não se cria valor no espaço sem pessoas”, acrescentou, reafirmando a necessidade de atrair mais população para quebrar o despovoamento do território.
Suzana Menezes, por sua vez, é a disponibilidade da Direção Regional a que preside estar mais próxima das pessoas, sendo “uma entidade intermediária de descentralização que procura com seus meios e recursos implementar e apoiar os territórios na aplicação e desenvolvimento das políticas culturais nacionais, fazendo a escalada como orientação regional grande de política pública”.
Em 2023, a área da Cultura terá 148 milhões de euros para apoiar o setor cultural e criativo, tendo sido a área governativa que mais cresceu proporcionalmente ao Orçamento de Estado de 2023.
No entanto, a visão para a cultura no centro é a ser planada a dez anos, assente em pilares como a criatividade e a resiliência dos territórios, não esquecendo o desafio da transição digital.
Como conversas mantidas ao longo da tarde envolveram ainda Ana Sofia Ventura, soprano, e Inês Cardoso, diretora do Jornal de Notícias, ambas com raízes em Proença-a-Nova: a primeira falou sobre a dificuldade de fazer formação na área tão específica, que a obrigou inclusivamente a estudar para o país, e a escolha de viver no seu concelho de origem e de constituir família, apesar de ter de deslocar semanalmente a Lisboa, onde dá aulas; e a segunda sobre a experiência de iniciar um projeto de raiz no jornal I, da casa que foi o Jornal de Notícias no início de sua carreira e onde está atualmente diretor e dos desafios que se colocam à imprensa escrita, nomeadamente com o aumento do digital.
Miguel Peixoto entrevistou ainda Miguel Calhaz, músico, e a dupla Lena d’Água e Benjamim, que brindaram a audiência com algumas das suas músicas. Rão Kyao, com Renato Peres da Silva Júnior e André Sousa Machado, e os Cavaquinhos da Penha Garcia protagonizaram dois outros momentos musicais neste Eco-Festival.
Houve espaço ainda para a atuação de Kritika Thakur que trouxe os ritmos da dança Bollywood a Proença-a-Nova: durante a manhã dinamizou uma oficina em que ensinou uma coreografia que foi posteriormente apresentada no encerramento do Eco-Festival.
Para além dos jogos do Hélder, com propostas de jogos tradicionais para miúdos e graúdos, esta iniciativa contorno ainda com a presença da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova que explorou o bar.
A próxima iniciativa do projeto Resina está agendada para o dia 6 de novembro, com Kritika Thakur a dinamizar uma nova sessão de dança Bollywood no polo da Biblioteca de São Pedro do Esteval, dia 6 de novembro, a partir das 14h00 (gratuita para todas as idades).