- Receitas ascenderam a 259,7 milhões euros (aumento de 83,6%) e o EBITDA, excluindo custos de transação, ascendeu a 96,5 milhões, um crescimento de 56,7% face ao período homólogo.
- Resultado líquido atribuível à Greenvolt mais do que duplica (114,3%) para 16,6 milhões de euros no acumulado do ano, beneficiando do desempenho da Biomassa e do contributo positivo do segmento de Utility Scale após a primeira operação de rotação de ativos;
- Pipeline de projetos de desenvolvimento de energia solar e eólica de larga escala ascende a 6,9 GW, com 2,9 GW em RtB, construção ou COD este ano. Expansão para 9 novas geografias, num total de 13;
- Geração Distribuída regista crescimento exponencial na capacidade instalada, terminando 2022 com um backlog total de 149 MWp. Entrada na Grécia e em Itália em 2023, num total de 6 mercados na Europa;
- Reforço de capital de 100 milhões de euros, emissão de “green bonds” junto de investidores de retalho no valor de 150 milhões de euros e, já este ano, a emissão 200 milhões de obrigações convertíveis bilaterais com a KKR, elevaram para mais de 900 milhões de euros a posição de liquidez da Greenvolt.
MENSAGEM DO CEO
2022 foi um ano extremamente importante para o desenvolvimento do plano de negócios apresentado ao mercado aquando da entrada em bolsa e com o qual nos comprometemos perante os nossos stakeholders.
Através da biomassa de base residual, registámos um elevado desempenho que se traduziu num aumento da energia verde injetada na rede, enquanto na promoção de projetos de energia renovável de larga escala, solares e eólicos, assistimos a uma maior procura por PPA, que oferecem maior previsibilidade aos contratos de energia, levando a um crescente apetite dos investidores por ativos já construídos.
O Grupo Greenvolt realizou a primeira operação ao abrigo da estratégia de rotação de ativos, com a celebração do acordo de venda de um portfólio de ativos na Polónia. No final de 2022 tínhamos 6,9 GW em 13 geografias e, deste total, espera-se que, até 2023, estejam em RtB, construção ou COD um total de 2,9 GW, sendo que a maioria dos projetos serão posteriormente vendidos.
Na Geração Distribuída, segmento de negócio estratégico para a empresa, 2022 foi de forte crescimento, com um backlog total de 149 MWp, dos quais 52 MWp são PPA. Com presença já em vários países europeus, o Grupo Greenvolt prevê um crescimento exponencial na capacidade instalada de projetos e um contínuo crescimento no número de instalações.
O crescimento operacional em 2022, que se traduz num conjunto de resultados financeiros sólido, dá-nos a estabilidade financeira para executar o plano estratégico definido. As operações realizadas em mercado, nomeadamente o aumento de capital de 100 milhões de euros, a emissão de “green bonds” para o retalho e de 200 milhões de obrigações convertíveis bilaterais com a KKR, já no decorrer de 2023, permitem-nos encarar este ano com uma posição de liquidez que supera os 900 milhões de euros.
João Manso Neto
CEO do Grupo Greenvolt
BIOMASSA RESIDUAL INJETA MAIS DE 1 TWh NA REDE
Através da Greenvolt Biomass, a Greenvolt opera no segmento da produção de energia elétrica a partir de biomassa exclusivamente proveniente de resíduos. Em Portugal, detém cinco centrais de biomassa residual florestal, com uma capacidade instalada de 100 MW, enquanto no Reino Unido detém uma participação maioritária (51%) na central de TGP com cerca de 42 MW que utiliza exclusivamente resíduos lenhosos urbanos.
Em 2022 foi injetado na rede mais de 1 TWh (1.026 GWh), o que corresponde a um aumento de 17% face à energia injetada no período homólogo numa base pró-forma. Durante o ano de 2022, a central da TGP teve duas paragens programadas de 18 e 11 dias, no segundo e quarto trimestres respetivamente, no seguimento do plano de melhorias operacionais desenvolvido durante o ano, estando também prevista no mesmo plano uma paragem programada de aproximadamente 23 dias em 2023.
Em termos acumulados, as receitas do segmento de Biomassa e Estrutura totalizaram 195,2 milhões de euros em 2022, o que traduz um aumento de 48% face ao ano anterior. O EBITDA excluindo custos de transação ascendeu a 94,6 milhões de euros, um aumento de 47%.
Em novembro foi anunciada uma medida relacionada com um novo imposto temporário de 45% no Reino Unido sobre empresas produtoras de eletricidade, que incide sobre receitas extraordinárias (“windfall tax”), e que terá efeitos entre 1 de janeiro de 2023 e 31 de março de 2028. Considerando receitas extraordinárias as que excedem as 75 £/MWh, existirá este ano um impacto na performance financeira da central de TGP quando comparada com o 2022.
Principais indicadores financeiros e operacionais de 2022
PRIMEIRA ROTAÇÃO DE ATIVOS RENOVÁVEIS GERA GANHOS NO UTILITY SCALE
No segmento de energia renovável solar fotovoltaica e eólica, o Grupo Greenvolt está presente no segmento mais a montante da cadeia de valor, onde a vantagem comparativa é maior – a fase de desenvolvimento e promoção de projetos – através das subsidiárias Greenvolt Power, SEO e da sua associada MaxSolar (detida em 35%) e sociedade em parceria com a Infraventus, posicionando-se como um dos maiores promotores de projetos à escala europeia.
O Grupo Greenvolt posiciona-se preferencialmente no início da cadeia de valor, a fase de desenvolvimento e promoção de projetos, onde a vantagem comparativa é maior, mas tendo a opção de prolongar o desenvolvimento de parte dos ativos em pipeline, de “Ready to Build” (RtD) até “Commercial Operation Date” (COD), de forma a maximizar o valor gerado no desenvolvimento inicial dos projetos. Do pipeline em desenvolvimento, estando atualmente cerca de 600 MW pelo menos em RTB, a maioria dos projetos serão vendidos, ficando a Greenvolt com 20% a 30%.
Em 2022 foi realizada a primeira operação de rotação de ativos, com a celebração do acordo de venda de um portfólio de ativos na Polónia, dos quais a Greenvolt detém 50% (através de uma joint-venture com a alemã KGAL).
Os resultados do exercício de 2022 desta área de negócio refletem parte da margem associada ao primeiro processo de venda de ativos eólicos (50MW), tendo contribuído para o EBITDA em cerca de 13,6 milhões de euros.
Relativamente aos ativos solares, que ascendem a 48 MW, estes ativos estão atualmente totalmente operacionais e a injetar eletricidade, começando em breve a fornecer energia no âmbito dos acordos de PPA de longo prazo celebrados com a T-Mobile Polska, os quais foram valorizados ao abrigo da IFRS 9. A receita desde COD até ao final de 2022 ascendeu a cerca de 1,5 milhões de euros. Sobre o processo de venda, tendo em conta que a esta data algumas das condições precedentes para a conclusão do negócio não se encontram cumpridas, o que pode afetar a conclusão da transação, o resultado associado à construção e venda destes ativos não está reconhecido nas contas do exercício de 2022, mantendo-se tais ativos reconhecidos pelo seu custo de aquisição.
Adicionalmente, a injeção na rede um total de 42,7 GWh através do parque Lions, na Roménia, contribuiu para o EBITDA do período com 9,8 milhões de euros.
O EBITDA deste segmento, excluindo custos de transação, totalizou 8,2 milhões de euros em 2022, enquanto as receitas relacionadas com vendas de energia de parques em operação e com serviços de gestão de ativos ascenderam a cerca de 28,1 milhões de euros.
Principais indicadores financeiros de 2022 – Utility Scale
GREENVOLT TEM MAIS DE 400 MW JÁ EM CONSTRUÇÃO
Além do parque Lions, com 45 MW de capacidade em operação na Roménia, 116 MW de ativos na Polónia e em Portugal atingiram COD em 2022, estando o projeto Arrotas de 10 MWp já em operação em Portugal. Espera-se que até ao final de 2023 261 MW adicionais atinjam COD e 1.649 MW no final de 2024, estando, atualmente, cerca de 405 MWp em construção.
Na Alemanha, através da Maxsolar, que continua a observar crescimento nas suas atividades, estão em construção mais 132 MWp. Já durante 2023 adquiriu o SEAC Group na Alemanha, empresa que detém um pipeline fotovoltaico de cerca de 3,1 GW.
Principais indicadores operacionais de 2022 – Utility Scale
O pipeline de projetos ascende a 6,9[1] GW em 13 geografias e, deste total, espera-se que, até 2023, estejam em RtB, construção ou COD 2,9 GW.
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA COM 52 MWp EM PPA JÁ ASSINADOS
O Grupo Greenvolt está presente no segmento estratégico de Geração Distribuída nos segmentos residencial, através da Perfecta Energía, empresa espanhola na qual a Greenvolt detém uma participação de 42,19%, e de Comércio e Indústria (C&I), através da Greenvolt Next Portugal e Greenvolt Next Espanha. Conta ainda com a recém-criada Greenvolt Next Polska focada no autoconsumo para o segmento de C&I. Além disso, atua no autoconsumo coletivo através da Greenvolt Comunidades.
Em 2022, observou-se um crescimento exponencial na capacidade instalada de projetos, com 39,4 MWp terminados entre Portugal e Espanha, representando um aumento de 71% face a 2021. No final do ano, a Greenvolt assegurou um backlog total de 148,9 MWp, para os quais contribuem 52,5 MWp de contratos assinados durante o ano relativos a PPAs, sendo que 30,2 MWp foram através da Greenvolt Comunidades, que se foca no autoconsumo coletivo em Portugal.
As receitas deste segmento ascenderam a cerca de 44,2 milhões de euros em 2022, um aumento de 35,5 milhões face ao ano anterior, tendo o EBITDA sido negativo em cerca de 6,1 milhões, refletindo ainda os custos associados à fase de aceleração e expansão em que o segmento se encontra. Estima-se que em 2023, através do contínuo crescimento no número de instalações e da expansão geográfica, o contributo para o EBITDA seja positivo.
Principais indicadores operacionais de 2022 – Geração Distribuída
Na Greenvolt Next na Polónia já existem 5 MWp de projetos adjudicados, que já iniciaram instalação, e espera-se adjudicar pelo menos o dobro da capacidade em 2023, ano que marca a entrada da Greenvolt na Grécia, em parceria com a Globalsat, e em Itália, através da aquisição de 37,3% da Solarelit, empresa italiana de autoconsumo que contou com mais de 15 MWp adjudicados durante o ano de 2022.
O esforço de prospeção e investimento continuará ao longo de 2023, pois a Greenvolt considera a Geração Distribuída um pilar fundamental do futuro do setor energético, quer no autoconsumo individual, como através do autoconsumo coletivo, de negócio estratégico para a empresa.
RESULTADO LÍQUIDO MAIS DO QUE DUPLICA PARA 16,6 MILHÕES DE EUROS
Tendo em conta a evolução das várias unidades de negócio, as receitas totais do Grupo Greenvolt atingiram os 259,7 milhões de euros, um aumento de 84%, e o EBITDA, excluindo custos de transação, cresceu 57% para cerca de 96,5 milhões. O resultado líquido atribuível à Greenvolt foi de 16,6 milhões de euros, o que traduz um crescimento de cerca de 114% face ao período homólogo que reflete o desempenho consistente das centrais de biomassa, em paralelo com os resultados positivos obtidos pela primeira vez na área de Utility-Scale, sendo, contudo, afetado pela fase de aceleração na Geração Distribuída.
Demonstração de resultados de 2022
MAIS DE 900 MILHÕES DE EUROS EM LIQUIDEZ
Em 2022, a Greenvolt completou com sucesso um aumento de capital reservado a acionistas, num montante total de 100 milhões de euros, tendo 97% da oferta sido subscrita pelos acionistas atuais.
No ano em que recebeu o seu primeiro rating de dívida, atribuído pela EthiFinance, com uma classificação de BBB- e Outlook Estável, a Greenvolt angariou 342,4 milhões de euros em dívida, com especial destaque para a emissão de “green bonds” a 5 anos direcionada a investidores de retalho em Portugal, num montante de 150 milhões de euros.
A dívida financeira líquida da Greenvolt no final de dezembro de 2022 ascendia a 342,1 milhões de euros (3,7x/EBITDA), sendo que a liquidez, avaliada em caixa e linhas de crédito por utilizar, totaliza 602,3 milhões de euros.
Já no início de 2023, com a emissão de 200 milhões de euros em obrigações convertíveis totalmente subscritas pelo fundo global de infraestruturas da KKR, a Greenvolt reforçou a sua posição de liquidez para 902,3 milhões de euros, valor que lhe permite encarar com confiança a execução do seu plano estratégico.
PERSPETIVAS FUTURAS
Este ano, o Grupo Greenvolt tem como principal objetivo a concretização das metas e compromissos assumidos para com os seus vários stakeholders, ao longo de 2022.
No segmento da energia de larga escala, prevê-se que até ao fim do ano estejam desenvolvidos, até Ready to Build ou em COD, 2,9 GW da capacidade energética. Estes projetos distribuem-se por várias geografias europeias, sendo a Polónia o país mais relevante com cerca de 2,0 GW, seguida de Portugal e outros países europeus como Espanha, Grécia, Roménia e Hungria.
Atualmente estão em construção 405 MWp de capacidade, e espera-se que até ao fim do ano estejam construídos, ou em construção, pelo menos 500 MWp. Os ativos desenvolvidos serão maioritariamente vendidos, entre 70% e 80%, dando continuidade à política de rotação de ativos iniciada em 2022 e que é um pilar essencial do plano de negócios para o segmento. A Greenvolt prevê até ao fim de 2023 vender pelo menos 200 MW de ativos, tendo atualmente dois processos formais de venda em curso na Polónia e em Portugal.
Relativamente ao segmento da Geração Distribuída, espera-se que 2023 seja o ano de descolagem das operações, estimando-se quadruplicar as instalações face a 2022, instalando cerca de 150 MWp de capacidade ao longo de 2023, e duplicar os MW assinados para cerca de 300 MWp no fim do ano. Continuando, simultaneamente, os esforços de expansão do segmento para outras geografias europeias, quer no autoconsumo individual como no desenvolvimento de projetos inovadores de autoconsumo coletivo.
Por fim, o Grupo Greenvolt espera durante 2023 alavancar a pareceria feita com a KKR, potenciando e acelerando o seu plano de negócios, ao levar mais projetos até COD, reforçando o Conselho de Administração e através de possíveis parcerias ou coinvestimentos nos diferentes segmentos.