RICARDO LEITÃO E RITA FURTADO VENCEM 1ª EDIÇÃO DO PRÉMIO QUE RECONHECE E CELEBRA A QUALIDADE DE ARQUITETOS COM FORMAÇÃO RECENTE
Os arquitetos Ricardo Leitão e Rita Furtado foram, esta semana, distinguidos com o Prémio Manuel Graça Dias dst — Ordem dos Arquitectos, Primeira Obra, pelo projeto “Casa em Freamunde”, que se destacou dos demais 30 projetos a concurso pela forma como lidou com os desafios do ambiente urbano e das características do lote.
A “Casa em Freamunde”, projeto de 2021, trata-se de uma habitação de dois pisos, construída de raiz, em contexto urbano descaracterizado e com um desenho quase provocatório na fachada norte, mas que, no conjunto, preserva a escala das volumetrias próximas e respeita as características dos arruamentos envolventes, conforme destaca Sergio Fernandez, arquiteto e presidente do júri, por indicação da Ordem dos Arquitectos e do dstgroup.
“No texto de apresentação da obra, a dupla de arquitetos destaca as características da casa, sublinhando que ‘não é, nem podia ser pura’. É, sem dúvida, um projeto onde a criatividade está intimamente ligada ao rigor e ao sentido do que pode e deve ser o espaço de habitar, sem recurso a qualquer tipo de exibicionismo fácil, mas de grande valor arquitetónico”, destaca Sergio Fernandez.
Para Ricardo Leitão e Rita Furtado, esta é uma distinção muito honrosa, desde logo porque Manuel Graça Dias marcou indelevelmente a formação de ambos enquanto professor na FAUP – Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.
“É impossível não mencionar a alegria e a paixão pela arquitetura que Manuel Graça Dias sempre nos transmitiu. Estamos seguros de que ficaria muito orgulhoso com esta atribuição que, de alguma forma, também lhe presta homenagem. Para nós, acima de tudo, este prémio acarreta muita responsabilidade e é um grande incentivo para fazer mais e, sobretudo, melhor”, revela a dupla vencedora, fundadores do atelier de arquitetura MEIO.
O júri desta primeira edição foi presidido por Sergio Fernandez e integrou os arquitetos Sofia Isidoro (por indicação do Ministério da Cultura), Ana Vaz Milheiro (por indicação da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte) e Inês Vieira da Silva e Egas José Vieira (ambos por indicação do Conselho Diretivo da Ordem dos Arquitetos).
As 31 candidaturas foram avaliadas em função da afirmação da importância, valor e mensagem a transmitir com esta primeira edição do prémio – uma evocação de Manuel Graça Dias – e que destaca primeiras obras e as condições de “qualidade arquitetónica, inventividade e considerações ambientais”.
Menções honrosas
A “Casa-Atelier”, da autoria da arquiteta Maria João Rebelo, foi o segundo trabalho mais votado e mereceu menção honrosa do júri, que destacou o projeto de renovação marcado pelo confronto entre o novo e o preexistente, feito com recursos plásticos e espaciais que plenamente justificam a evocação do manifesto “Il fera beau demain”, de Lacaton & Vassal (1995).
O júri decidiu também atribuir uma menção honrosa a dois trabalhos ex aequo, sendo eles a candidatura “Edifício General Silveira”, da autoria dos arquitetos Tiago Antero e Vítor Fernandes – “acentuando a segurança e a inventividade postas na resolução do complexo problema dos acessos” – e a candidatura “Casa com Muitas Caras”, da autoria da arquiteta Ana Luísa Soares, – “que mereceu especial atenção por constituir uma experiência plasticamente muito caraterizada e que, simultaneamente, questiona, pelo tipo de programa proposto, a adoção de soluções estereotipadas”.