A Cooperativa Pinacoteca e a Associação Raia Gerações, organizaram uma palestra no dia 06 de Agosto de 2023, no salão da Junta de Freguesia de Tinalhas, a palestra foi subordinada ao tema “Genealogia de Tinalhas – As Nossas Raízes”.
Os oradores convidados foram: o professor, artesão, escritor, cénico e genealogista Horácio Braz Jorge e o bancário, investidor, silvicultor e genealogista Vítor Carvalho.
Na Mesa estiveram os oradores da palestra, o Vice-Presidente da Junta de Freguesia de Tinalhas, Orlando Carneiro, o Presidente da Cooperativa Pinacoteca, José Barata de Castilho (professor universitário) e o representante da Associação Raia Gerações, Luís Duque-Vieira.
Horácio Brás Jorge e Vítor Carvalho, durante o evento foram falando e expondo os seus conhecimentos.
Os registos paroquiais (baptismos, casamentos e óbitos), relacionados com Tinalhas encontram-se no Arquivo Nacional da Torre do Tombo e Arquivo Distrital de Castelo Branco, referem-se aos Séculos XVII, XVIII, XIX e XX. Os anos anteriores ao Concílio de Trento (1545-1563), os registos referiam-se apenas às famílias reais e nobreza.
Todas as pessoas tiveram 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32 tetravós, 64 pentavós…
No total estão registadas 11 gerações de Tinalhas, ou seja, cada tinalhense tem 4087 ancestrais.
O PAF (Personal Ancestral File), é o programa de genealogia utilizado pelos oradores da palestra desde 2004 (por Vítor Carvalho) e desde 2013 (por Horácio Brás Jorge).
Durante a palestra foram referidos vários apelidos de Tinalhas, entre os quais: Lalanda, Carvalhão, Jorge, Ginja, Ramos, Ramalhoso, Ramalhinho…
Situações de grande importância foram referidas durante o evento em Tinalhas: Os registos de óbitos tiveram o seu início em 1614 com o Papa Paulo V; Algumas localidades iniciaram os seus registos paroquiais antes do Concílio de Trento, ou seja, no Século XV.
Anteriormente os registos eram mistos, mas a partir de 1701, foram registados de forma separada em três livros; A I República confiscou os registos às igrejas em 1911, a partir dessa data, o Estado responsabilizou-se também por efectuar os registos mas de forma civil: Em 1918, devido aos registos de nascimento serem efectuados de forma tardia, o Estado coloca postos em várias localidades a fim de efectuarem os registos atempadamente; Vários livros paróquias com as intempéries, estragos feitos pelos insectos e roedores, o não cuidado com os livros, folhas rasgadas, folhas borradas com a tinta de caneta de pena, a caligrafia de alguns clérigos, a digitalização que não foi cuidada, fazem com que muitas páginas sejam ilegíveis; Anteriormente os baptismos eram feitos 7 dias após o nascimento da criança, mais tarde passou a ser um mês após o nascimento da criança, as crianças em perigo de vida geralmente eram baptizadas por leigos em casa; Os filhos ilegítimos ou naturais, eram filhos de país que não eram casados, também havia os filhos de pai icógnito e e raramente de mãe icógnita, as crianças enjeitadas recebiam nomes de santos; No caso dos casamentos na grande maioria os nubentes eram de Tinalhas, mas havia também casamentos entre tinalhenses e pessoas de outras localidades; o caso dos óbitos, as pessoas anteriormente viviam menos anos, devido à medicina não estar evoluída referente aos dias de hoje, à má nutrição, a falta de higiene, as epidemias, as guerras, anteriormente a mortalidade infantil tinha números elevados; Algumas famílias com algumas posses a nível económico e material tinham o cuidado de fazer um testamento material e espiritual.
No final do evento falou-se de uma ferramenta actual de grande importância para a genealogia – ADN, também no final da palestra várias pessoas mostraram interesse de saberem quem eram os seus antepassados.