O Teatro das Beiras recebe no mês de setembro o espetáculo “Music-Hall“, de Jean-Luc Lagarce, pela Companhia de Teatro de Almada.
O espetáculo conta com a encenação de Rogério de Carvalho.
Para além da habitual sessão à quarta-feira (dia 6 de setembro), realiza-se também sessão quinta-feira (dia 7 de setembro).
Os espetáculos estão marcados para as 21h30, no Auditório do Teatro das Beiras (Covilhã).
Sobre a peça:
“Music-Hall. 1988. Como todas as noites, nesta cidade, como em todas as outras cidades, a Rapariga vai representar a sua pequena história. Vai contar o dia penoso que está a terminar, uma narrativa de humilhações e falhanços diversos”. Foi assim que Jean-Luc Lagarce resumiu a peça que escreveu. Em cena, deparamo-nos com a Rapariga – cantora de music-hall em decadência – acompanhada pelos seus dois Boys, que nos revela as suas desventuras cénicas, de terra em terra. As frases ditas em cena, quase sempre no pretérito imperfeito, ampliam o seu próprio som até ficarem suspensas, rejeitando qualquer suposta eloquência, ou grandiosidade. Uma viagem ao passado, feita de avanços e recuos desencantados, a um tempo divertida e patética, numa procura vã de sucesso e reconhecimento. Foram as muitas digressões que Lagarce fez, pelas províncias de França – com a sua companhia itinerante, a La Roulotte – longe dos grandes palcos e em condições muitas vezes precárias, que o levaram à escrita deste texto. No seu diário, revelou ainda que também se inspirou numa noite em que viu actuar Ringo Willy Cat, um cantor popular dos anos 70, que cantava os seus antigos sucessos num bar em Besançon. Foi aí que se inspirou então para criar os dois Boys, que trauteiam o refrão de um velho êxito de Josephine Baker, conferindo à sua peça um matiz nostálgico: “Não digas que me adoras / Abraça-me de vez em quando”. Quando Jean-Luc Lagarce morreu, em 1995, Music-Hall estava longe de ser o fenómeno em que se tornou. Actualmente é uma das peças francesas contemporâneas mais representadas em todo o Mundo. O tempo actual encontrou desta forma, no ‘tempo sem tempo’ do teatro de Lagarce, uma almofada de plumas em que se recostar.
Ficha artística:
Texto: Jean-Luc Lagarce | Encenação: Rogério de Carvalho – Brasil | Tradução: Alexandra Moreira da Silva – Portugal | Cenografia: José Manuel Castanheira | Figurinos: Bárbara Felicidade | Desenho de luz: Guilherme Frazão – Brasil | Interpretação: João Farraia, Pedro Walter e Teresa Gafeira
Duração: 80 minutos
Classificação etária: maiores de 12 anos
Preço bilhete: 6€ (descontos para menores de 25 anos e maiores de 65, estudantes universitários, profissionais das artes do espetáculo, sócios do Teatro das Beiras, da Casa do Pessoal do CHCB e do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários.
Reservas na Bilheteira do Teatro das Beiras (275 336 163) ou na Ticketline (www.ticketline.sapo.pt).
Foto: Rui Mateus
