Brincadeiras e tempo de qualidade são partes fundamentais no processo de habilitação das funções cognitivas, motoras e psicossociais, especialmente no início da primeira infância
Ocupar a posição de facilitador e agente transformador nas fases de descoberta e aprendizado infantil exige uma alta carga de responsabilidade. Afinal, aquele bebê ou criança integra a sociedade e precisa atingir marcos importantes em suas aptidões. Esses avanços compreendem tanto os aspectos físicos quanto aqueles ligados ao comportamento.
Devido à complexidade das habilidades a serem desenvolvidas, as atividades de incentivo não devem ser limitadas apenas aos exercícios conduzidos nos berçários e escolinhas. Dessa maneira, sem desconsiderar as particularidades individuais, os cuidadores precisam estar atentos para a condução dos estímulos apropriados para cada fase da vida.
Em casa, a conexão e as brincadeiras em família tornam a prática mais prazerosa, o que reverbera em uma evolução mais consistente do infante. Ciente de que o direito de brincar, além de ser disciplinado por Lei no Estatuto da Criança e do Adolescente, está diretamente associado com o aprendizado, vale a pena conhecer 6 maneiras de contribuir com o progresso cognitivo, motor e psicossocial.
1 – Deixe livros à disposição
É possível, desde o ventre, incentivar o hábito da leitura. Após o nascimento, ler para um bebê, mostrar as imagens e reproduzir sons (como os de animais) contribui aos estímulos visuais e auditivos. O motor, por sua vez, pode ser instigado através da experiência tátil com edições próprias para a idade. No mercado, além do formato tradicional, é possível encontrar histórias impressas em versões de tecido e acolchoadas, específicas para bebês.
2 – Invista nas vitaminas “N” e “S”
Um ambiente estéril, regido pela superproteção e pelo excesso de zelo, pode prejudicar o desenvolvimento infantil. Por isso, as chamadas vitaminas “N” de natureza e “S” de sujeira são consideradas condutoras de uma infância saudável. Passeios ao ar livre no parque, o contato com o chão, grama e terra fortalecem a imunidade e, ainda, ajudam na coordenação motora e no equilíbrio.
3 – Mostre noções de programação
A Sociedade Brasileira de Pediatria contraindica a exposição às telas para todos os menores de 2 anos. Mas isso não significa deixar de apresentar os conceitos aplicados na tecnologia e robótica. De 12 a 24 meses, é indicado brincar com os blocos de montar, com formas geométricas, pois são ferramentas lúdicas para reconhecimento de padrões, indispensável competência na programação.
4 – Participe das experiências
Sentar no chão para pintar desenhos com tinta guache, manipular argila, jogar futebol e disputar um pega-pega parecem ser apenas brincadeiras da infância, porém também são formas de refinar habilidades motoras. A presença e participação ativa do cuidador serve, de exemplo e inspiração motivacional para aperfeiçoar as técnicas utilizadas.
5 – Tenha brinquedos pedagógicos
Os brinquedos educativos usam da didática e ludicidade para ensinar aptidões motoras, psicossociais e, principalmente, cognitivas. Logo, é possível encontrar alternativas para diferentes idades da primeira infância. Entre os mais comuns, estão quebra-cabeça, instrumentos musicais e jogo da memória.
6 – Converse com a criança
Por fim, mas não menos importante, a maneira mais eficiente de incentivar a fala e o convívio social é por meio da interação. Os cuidadores principais precisam construir uma rotina de diálogo com os pequenos, seja para entender as suas demandas ou acolher seus receios. Esse hábito proporciona benefícios desde os primeiros dias de vida, quando os pais aproveitam os momentos de contato, como as trocas de fralda e banho, para falar sobre o corpo, respeito e gentileza.
*Foto de capa: Créditos: iStock