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São Miguel de Acha já tem cancioneiro tradicional

A obra “Cancioneiro da Música Tradicional de São Miguel de Acha”, da autoria de Joaquim Gonçalves e José Ramos Alexandre, foi apresentada ao público no passado dia 11 de novembro.

Trata-se de uma edição da ADEPAC – Associação de Defesa do Património Cultural de São Miguel de Acha, em parceria com a editora Colibri, apresentada na sede desta associação, numa sessão com casa cheia.

A população local acolheu de braços abertos a obra, composta por cerca de 470 páginas, que reúne mais de 140 modas e cantos de música tradicional, de cariz profano ou religioso, todas recolhidas em São Miguel de Acha, aldeia do concelho de Idanha-a-Nova.

A cerimónia contou com a presença dos dois autores; da presidente da ADEPAC, Sofia Gonçalves; do presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto; da presidente da Junta de Freguesia de São Miguel de Acha, Cristina Geraldes; da representante da Direção-Regional de Cultura do Centro, Margarida Silva; do músico, professor e investigador Alexandre Branco Weffort, que escreveu o prefácio e apresentou o livro; e do representante da editora Colibri, Fernando Mão de Ferro.

Nas palavras de Sofia Gonçalves, o Cancioneiro “é uma obra em que todos nos encontramos”.

Em nome da ADEPAC, a presidente da associação transmitiu “um bem-haja aos autores” do livro “e a todos os quantos contribuíram e continuam a contribuir para a evidência da identidade das gentes de São Miguel de Acha e para a preservação das tradições, usos e costumes dos nossos antepassados”.

O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova felicitou a ADEPAC, os autores e todos os que patrocinaram e colaboraram nesta obra que “se enquadra na nossa estratégia, enquanto Cidade Criativa da Música da UNESCO, de valorizar as nossas tradições, a nossa riqueza cultural e a nossa música”.

“São Miguel de Acha é um bom exemplo de preservação e transmissão do cancioneiro tradicional às gerações futuras, um desígnio que queremos alargar a todo o concelho de Idanha-a-Nova”, adiantou Armindo Jacinto.

Por seu lado, a presidente da Junta de Freguesia, Cristina Geraldes, referiu que “este é um momento importante para a história de São Miguel de Acha, que apresenta um vasto e interessante espólio de modas e cantos de música tradicional, que já mereceram a atenção e estudo de conceituados investigadores, como Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça, entre outros”.

Com a edição do livro, Joaquim Gonçalves e José Ramos Alexandre consideram que, agora, é tempo de dar voz aos leitores: “É o tempo dos conterrâneos relembrarem os cantos e as modas da sua infância e do público em geral tomar contacto com a música de São Miguel de Acha, que tão merecidamente já foi referenciada por autores ilustres do panorama da música tradicional; é ainda o tempo dos especialistas confirmarem a qualidade da música desta região; mas, também, damos a oportunidade do Grupo de Cantares Tradicionais de São Miguel de Acha divulgar, a partir de agora, a sua música por todo o lado com um apoio documental”.

Alexandre Branco Weffort foi convidado a apresentar o Cancioneiro, nesta sessão de lançamento.

Para o investigador, o livro é “uma magnífica empreitada dos autores, que consiste não só em ir buscar as memórias, mas também em prestar um enorme serviço àqueles que hoje se dedicam ao estudo destas matérias, por reunirem numa única obra fontes tão diversas dedicadas a São Miguel de Acha e ao seu cancioneiro tradicional”.

Também o representante da editora Colibri, Fernando Mão de Ferro, considera que “esta é uma obra fundamental para a conservação e divulgação do património imaterial”, tendo felicitado a ADEPAC e todos os demais que contribuíram para a edição do livro.

Em nome da Direção-Regional de Cultura do Centro, Margarida Silva afirmou que “é com grande satisfação” que este organismo “apoia o ‘Cancioneiro da Música Tradicional de São Miguel de Acha’, que muito irá contribuir para divulgar a cultura popular desta região. É uma edição que funciona como um instrumento essencial para a preservação e salvaguarda da memória coletiva”.

Durante a cerimónia, foram ainda enaltecidas as entidades privadas e os particulares que patrocinaram financeiramente a edição da obra, num gesto de generosidade e responsabilidade social.

O livro merece redobrada atenção dos amantes da música tradicional em geral e dos especialistas em particular pela qualidade cultural e técnica que possui.

Mas o seu importante valor cultural decorre ainda da transcrição musical das recolhas referentes a todas essas modas que estariam em risco de se perder, relativamente a muitas das quais se juntam cópias das partituras originais das modas que Fernando Lopes-Graça publicou relacionadas com São Miguel de Acha, quer só com a melodia quer com os diversos arranjos a que procedeu, e que vão desde o piano a solo, para piano a quatro mãos, para orquestra ou só para vozes.

A obra pode ser adquirida junto da ADEPAC.

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